A maioria dos evangélicos americanos acredita que Deus aceita a adoração “de todas as religiões”, indica um estudo publicado pelo Ligonier Ministries, organização dedicada ao discipulado.
O levantamento mostra que existe uma grande confusão sobre algumas doutrinas centrais da fé cristã entre os que frequentam a igreja regularmente.
Chris Larson, presidente do Ligonier, diz que o objetivo era avaliar o “estado da teologia” em 2018 e encomendou o Instituto de Pesquisas LifeWay, especializado em religião. As conclusões, aponta, mostram a “necessidade urgente” de um ensino de questões básicas do cristianismo.
“A pesquisa Estado da Teologia destaca a necessidade urgente de ministrar de maneira corajosa e fielmente a fé cristã histórica. Sabíamos que havia dúvidas sobre a pecaminosidade da humanidade e as declarações exclusivas de Jesus Cristo. Contudo, nesse momento em que um mundo tanto precisa da luz do Evangelho, é desanimador ver muitos dentro da Igreja evangélica confuso sobre o que a Bíblia ensina. Desejamos usar os dados para oferecer às igrejas um melhor entendimento do que acreditam as pessoas sentadas nos bancos”, destacou Larson em um comunicado.
Três mil evangélicos praticantes foram entrevistados. As perguntas do questionário diziam respeito as suas opiniões sobre uma série de afirmações teológicas. Entre elas se “Deus aceita o culto de todas as religiões, incluindo o judaísmo e o islamismo.”
Pouco mais da metade (51%) dos entrevistados concordaram com a afirmação. Em um levantamento similar no ministério, feito em 2016, 49% dos evangélicos diziam crer que isso é verdade.
Para o Lingonier, o tema causa preocupação, pois “A Bíblia é clara ao mostrar o Evangelho como o único caminho de salvação, e Deus não aceita a adoração de outras religiões (João 4:24)”.
Só Jesus Cristo salva
Outro tema que merece atenção, acredita o ministério, é a ideia comum entre os evangélicos que Jesus foi a primeira e maior criação de Deus Pai. O índice de entrevistados que concorda com isso chega a 78%. Apenas 71% dos evangélicos apoiavam essa ideia em 2016.
“Estes resultados mostram a necessidade urgente de os cristãos aprenderem cristologia, especialmente porque parece ter piorado desde 2016. Há uma falta generalizada de ensino sobre a pessoa de Cristo, uma doutrina pela qual a igreja primitiva lutou tão arduamente”, destaca o Ligonier.
Stephen Nichols, diretor acadêmico da Ligonier e presidente da Faculdade Bíblica da Reforma, observa ser motivo de preocupação o fato de 53% dos evangélicos acreditarem que “a maioria das pessoas é boa por natureza, embora todo mundo peca um pouco”.
“Estes resultados são causa para preocupação. Foi a gravidade dos pecados do homem que levou Jesus a morrer na cruz. Jesus é verdadeiramente Deus, o mundo evangélico está em grande perigo de cair em irrelevância ao esquecer as doutrinas da Bíblia “, disse ele.
Outros estudos similares mostram que cresce o número de evangélicos que não está preocupado com os ensinamentos basilares da Igreja ao longo de dois milênios.
Em 2008, o Pew Research publicou uma pesquisa apontando que mais da metade dos cristãos acreditava que religiões não-cristãs podiam levar à salvação. Quase uma década depois, um estudo do mesmo Instituto mostrou que, mesmo entre os grupos cristãos mais tradicionais, minorias significativas também estão rejeitando a Deus conforme é descrito na Bíblia.
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