O mercado de literatura religiosa movimenta cerca de R$ 500 milhões com a venda de mais de 70 milhões de exemplares por ano no Brasil, segundo pesquisa Fipe de 2013, feita em parceria com a Câmera Brasileira do Livro (CBL) e o Sindicato Nacional dos Editores de Livros (Snel).
Para atender às demandas do segmento editorial cristão e apontar as tendências do mercado, a a Associação de Editores Cristãos do Brasil (ASEC) irá promover a primeira edição do 1° Fórum ASEC, marcada para acontecer no dia 16 de junho, na Megastore da CPAD, no Rio de Janeiro.
De acordo com o presidente da ASEC, Emílio Fernandes Jr., o evento surgiu para atender uma demanda de seus associados. “Devemos considerar as mudanças atuais que o mercado está vivendo, sejam nos processos, nos formatos de apresentação dos livros (impresso, áudio, e-book, entre outros) bem como na economia do país”, disse ele ao Guiame.
O Fórum conta com o apoio e palestras de representantes da Associação das Livrarias Evangélicas (ANLE), Associação Brasileiras de Mídias Evangélicas (ABME), Casa Publicadora das Assembleias de Deus (CPAD) e Editora Mundo Cristão.
“Os palestrantes são pessoas que conhecem não somente o mercado editorial brasileiro, como também o mercado internacional. Os temas são atuais e de grande valor agregado. A participação das entidades, envolvidas diretamente no mercado, são fatores que contribuirão com direções e tendências”, avaliou Emílio.
Adelson Jr., presidente da ANLE, pretende passar ao público um conhecimento prático dos principais canais de distribuição editorial. “[Queremos difundir] informações que vão tornar as vendas do produtor mais efetivas e menos utópicas, levando a convergência de interesses entre o produtor e os seus canais distribuidores.”
As editoras e a mídia
De acordo com o pastor Orli Rodrigues, presidente da ABME, uma das grandes tendências na disseminação dos livros é a proximidade entre as editoras e a mídia - tema que será abordado em sua palestra durante o Fórum.
“A mídia, enquanto imprensa, no papel de propagadora da notícia, oferece uma visibilidade diferenciada e instantânea ao livro”, afirmou.
A relação entre imprensa e editoras já foi muito intensa no passado, mas vivenciou um período de ruptura. Em meados de 2000, Adelson relembra que as grandes editoras, num movimento quase sincronizado, decidiram reduzir o investimento em publicidade nos jornais e outras mídias cristãs, focando nas vendas diretas ao consumidor final — o que afetou o setor livreiro.
Hoje, o cenário é outro. “As editoras continuam se adaptando, aprimoraram o uso de ferramentas jornalísticas, como a assessoria de imprensa (interna ou terceirizada), que motiva os veículos na divulgação gratuita dos livros. Em estratégia simultânea, o mercado editorial ainda destina verbas publicitárias para alguns veículos remanescentes, ou que se destacam no cenário jornalístico”, explicou Adelson.
“Estamos semeando e almejamos como colheita uma mídia evangélica consistente, considerada e desejada. Teremos firmeza financeira para investir em contratações, qualificação, circulação e a visão nítida da missão a cumprir. Neste cenário, certamente, a parceria com as editoras é fundamental e a consequente promoção do livro será centuplicada, como bons frutos do amadurecimento”, finalizou.
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