Marco Feliciano enfrenta agora, além dos protestos sociais, representações de outros partidos que querem investigar o uso de sua verba de gabinete a partir da acusação feita pelos jornais Folha de S. Paulo e Correio Braziliense, de que o pastor estaria favorecendo suas empresas e as atividades de sua igreja, a Assembleia de Deus Catedral do Avivamento.
O PPS, oposicionista ao governo Dilma Rousseff, divulgou nota afirmando que pretende levar Marco Feliciano ao Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, para que o pastor se explique, segundo informações da revista Veja.
“Passou do limite do admissível”, afirmou o deputado Arnaldo Jordy (PPS-PA), ao comentar a denúncia de que cinco pastores que trabalhariam apenas na igreja, sem dar expediente na capital federal, estariam recebendo salários como assessores parlamentares.
O jornalista Ricardo Noblat afirmou que suspeitando de sabotagem, o pastor Marco Feliciano decidiu demitir todos os 17 funcionários da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM). Entre estes, 12 são concursados e outros 5 ocupavam cargos de confiança.
Outra definição de Feliciano na CDHM também causou polêmica nesta quinta-feira, 28 de março, quando o pastor decidiu passar a relatoria do projeto de lei que propõe a regulamentação da prostituição como profissão para o deputado federal Pastor Eurico (PSB-PE). O projeto é de autoria do deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ), o principal adversário político de Feliciano.
De acordo com O Globo, na reunião mais recente da CDHM, Feliciano afirmou que “talvez tenha sido a boa mão de Deus que nos colocou aqui, para mostrarmos as boas coisas”, ao comentar o caso das vítimas de contaminação por chumbo, da cidade de Santo Amaro da Purificação, na Bahia.
O pastor ouviu o relato de Adilson Pereira Moura, presidente da associação que reúne as vítimas da contaminação, e afirmou estar emocionado: “Segurei minhas lágrimas, senhor Adilson. O senhor representa pessoas que nessa comissão não tiveram vez e voz”, disse, alfinetando a antiga presidência da CDHM, que era exercida pelo Partido dos Trabalhadores e no último mandato, foi ocupada pelo deputado Domingos Dutra (PT-MA).
Em meio à tantas polêmicas, a revista Istoé publicou reportagem em tom agressivo, acusando o pastor Marco Feliciano de “explorar economicamente a fé alheia” e professar “o racismo, a homofobia e o machismo”.
A matéria da Istoé diz ainda que “Feliciano tenta impor o atraso a uma sociedade em inequívoca evolução” e que “para piorar, o pastor-deputado, sem o menor constrangimento, em nome de ideias ultrapassadas com claro viés autoritário e de conotação desagregadora, profana a memória dos líderes religiosos que ele mesmo escolheu como patronos”, acusa, referindo-se às origens do pentecostalismo.
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