O pastor Marco Feliciano (PSC-SP) afirmou que existe preconceito religioso por parte das entidades civis organizadas contra as ações de recuperação de dependentes químicos realizadas por instituições ligadas às igrejas evangélicas.
Numa entrevista concedida ao programa Palavra Aberta, transmitido pela Rádio e TV Câmara, no último dia 08 de julho, o pastor afirmou que o conceito do Estado laico vem sendo distorcido e usado para disfarçar um preconceito religioso, não apenas nos movimentos sociais, mas também no Congresso Nacional.
Feliciano disse ainda que esse preconceito tem se voltado a projetos apoiados pela bancada evangélica, como por exemplo, a iniciativa do Conselho Federal de Psicologia (CFP) de criticar as casas de recuperação mantidas por igrejas evangélicas, classificando as políticas adotadas pelo governo junto a essas instituições como “retrocesso”.
“Eu vejo isso com preconceito, de algumas autarquias e entidades que nos veem como um perigo. Imagine você que foi votado dia desses, no plenário, uma lei sobre as drogas, e a entidade que mais recebeu retaliação, foram as entidades religiosas, que trabalham com casas de recuperação chamadas de unidades terapêuticas. Fomos chamados inclusive de manicômios”, declarou o pastor, ao apresentador Paulo José Cunha.
Marco Feliciano afirmou ainda que é necessário que o princípio de laicidade seja aplicado na sociedade de forma ampla e completa: “O Estado é laico. Laicidade significa que o Estado e a religião, um não se mete onde o outro está. Ou seja, o Estado cuida da sua parte, a religião cuida da dela. Mas laicidade, na verdade, tem um significado muito mais forte. Seria tolerância. A laicidade para mim é a tolerância, é a pessoa respeitar o outro, sua religião, de forma igual”.
Questionado se haveria um instrumento de intolerância religiosa em ação contra os evangélicos no Congresso, Marco Feliciano não titubeou: “Basta ouvir os discursos aqui no Congresso, de partidos de esquerda. Toda vez que um deputado religioso apresenta um projeto, ou luta por uma visão, somos chamados de fundamentalistas, reacionários, e em alguns casos, de fanáticos, quando na verdade, as pessoas deveriam respeitar o Estado Democrático de Direito. A democracia tem essa beleza. Cada deputado que aqui está, somos 513, representa um segmento”.
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