As críticas diretas e indiretas aos evangélicos, que realizaram marcha no mesmo horário, nas proximidades da Assembleia Legislativa de Recife, deram o tom belicoso na Marcha da Maconha deste ano. Foram muitas as provocações.
Em dado momento da caminhada, um dos locutores que se revezavam ao microfone informava que, pelo rádio, os evangélicos estavam esculhambando com a Marcha da Maconha, tendo como principal argumento o fato de estarem defendendo a família.
“Aqui tem família também. Maconheiro não é filho de chocadeira não!”, devolveu o rapaz.
De fato, alguns pais acharam por bem levar suas crianças para a movimentação. Havia também muita gente com seu cão. Apareceu até um surfista com prancha e tudo!
Em outro cartaz, um manifestante escreveu um recado criacionista. “Foi Deus que criou a planta”.
Outro, com orientação ecologista, lembrava os princípios medicinais. “O seu remédio também vem da natureza”.
Na mesma linha legalize, um terceiro reclamava da hipocrisia chamando a atenção para a questão racial. “Para que ter os olhos verdes, se o verde da natureza deixa os meus olhos vermelhos”
Em unissono, somente o grito de guerra cantado como hino de futebol. “Sou maconheiro, com muito orgulho, com muito amor”
Marcha dos evangélicosMais de mil pessoas participaram de uma passeata em oposição à Marcha da Maconha, que aconteceu no bairro do Recife na tarde deste domingo (22). Pastores, membros de igrejas evangélicas e de outros segmentos da sociedade da civil levantaram a bandeira da não descriminalização das drogas e da afirmação dos valores da famílias pelas ruas do centro da cidade.
A manifestação, liderada pelo presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Família, o deputador estadual e pastor Cleiton Collins, do PSC, durou cerca de duas horas. Seguindo um trio, a caminhada aconteceu no bairro da Boa Vista, partindo da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), na área central do Recife, e percorrendo as Avenidas Mário Melo e Cruz Cabugá, Rua do Hospício, Avenida Conde da Boa Vista e Rua da Aurora.
Segundo o pastor Cleiton Collins, o evento teve dois dias para se organizar. “Ficamos aguardando um posicionamento do Ministério Público depois de termos pedido a proibição da Marcha da maconha, que é uma apologia às drogas. É um crime”, afirmou.
Para o médico e membro da Federação Pernambucana de Residências Terapêuticas, Marcelo Machado, o ato pode alertar as pessoas que a questão das drogas é um problema de saúde pública. “Já vivemos uma epidemia de crack. O percurso do vício tem como porta de entrada, muitas vezes, a maconha, que é uma droga psicotrópica e que agrava problemas de surtos psicóticos, por exemplo”, conta.
A auxiliar de serviços gerais Gilvânia Batista, 43 anos, acredita que a manifestação é uma forma de defender os direitos da família. “Temos que estar atentos aos problemas que afetam as famílias, principalmente no que diz respeito à entrada dos jovens no mundo das drogas”. Ela também faz parte de um grupo de uma igreja evangélica no bairro do Curado IV e tenta conscientizar os jovens para não usar drogas.Deixe seu Comentário abaixo:
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