Os abusos aos direitos humanos estão, cada vez mais, sob os holofotes no Sudão, onde o governo vem respondendo com força aos protestos desde dezembro de 2018.
Grupos de direitos humanos dizem que mais de 50 cidadãos foram mortos em ações do governo contra manifestantes nas últimas 11 semanas, desde o início da revolta. Desde então, transformou-se numa revolta contra o Presidente Hassan Omar al Bashir.
Uma reportagem investigativa da BBC, publicada em 13 de fevereiro, mostra gravações coletadas em mais de 200 vídeos nos quais a brutalidade dos esquadrões de ataque pode ser vista.
A partir das evidências apresentadas, sabe-se que esses esquadrões de ataque consistem em uma mistura de policiais militares, policiais e homens vestidos à paisana que são pagos pelo Serviço Nacional de Inteligência e Segurança (NISS).
O relatório mostra esses policiais usando munição real contra os manifestantes, espancando pessoas (que haviam pego nas ruas ou em suas casas) com tubos de plástico e arrastando-as para as picapes, para serem levadas aos centros de detenção.
Sobreviventes liberados dos centros de detenção deram testemunhos de tortura à BBC. Mas o presidente nega o abuso de direitos humanos. Em novembro de 2018, durante a Nona Conferência do Movimento Islâmico Sudanês em Burri, Bashir declarou novamente que seu país não infringe os direitos dos outros, nem os priva de suas ideias, aspirações ou associações.
Ele ressaltou que o Sudão busca relações equilibradas com todos os países. Portanto, relatos de brutalidade serão dolorosos para ele à medida que busca a normalização das relações com a comunidade internacional.
Juntamente com o relatório da BBC acima, há evidências significativas de que os direitos políticos continuam sendo infringidos, como violações da liberdade de imprensa, tortura de figuras da oposição, limitação da liberdade de movimento e contínuos abusos sistemáticos de direitos humanos em Darfur.
Há também violações do direito à liberdade de religião ou crença, inclusive prisão e tortura de cristãos que se converteram do islã, acusações de apostasia contra cristãos ex-muçulmanos, prisão e encarceramento de cristãos e missionários por falsas acusações, destruição e fechamento das igrejas, recusa da alocação de terras às igrejas e confisco de propriedade da igreja. Há também uma discriminação aberta contra os cristãos na educação.
Muitos observadores, assim como a Portas Abertas, acreditam que, se a pressão diplomática for removida do governo de Bashir, ele simplesmente continuará a violar os direitos humanos básicos dos civis, inclusive o direito à liberdade de religião ou crença.
A Portas Abertas pede oração pelos cristãos perseguidos do Sudão para que possam cultuar e servir a Deus em liberdade. O país ocupa a 6ª posição na Lista Mundial da Perseguição 2019.
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