Por conta da extrema violência contra o cristianismo na Nigéria, mais de 11.500 cristãos foram mortos entre 2006 e 2014 e há uma estimativa de que cerca de 2 milhões estejam deslocados no Norte da Nigéria. De acordo com os últimos relatórios da Portas Abertas, muitos estão voltando para suas casas, encorajados pelo próprio governo. Isaac*, um pesquisador de campo, viajou para várias regiões a fim de verificar como vivem nossos irmãos nigerianos e disse que, apesar da situação alarmante, a igreja está determinada a seguir em frente. “O governo está incentivando para que os cristãos voltem às suas terras porque é incapaz de fornecer o apoio necessário para eles agora”, disse ele.
Há uma grande pressão para que os cristãos se convertam ao islamismo em troca de alimentos. “Essas pessoas ficam dias sem receber comida. Voltar para suas casas não significa que terão segurança ou melhores condições, porque suas comunidades foram totalmente destruídas. O primeiro problema que enfrentam é a tensão emocional. Há muitas viúvas e órfãos e muitos que chegam com a dor da perda de seus entes queridos. Nada mais é como era antes. As lembranças são tristes demais para eles”, explica o pesquisador.
Escolas e centros de saúde também foram destruídos. Nada foi poupado, nem mesmo os poços e as bombas d’água. “Os poços estão poluídos, jogaram muitos cadáveres dentro deles. Nesse momento, o acesso à água potável é outro desafio. Ainda por um tempo, esses nigerianos não serão capazes de produzir seu próprio alimento e a ajuda internacional não está conseguindo atender à demanda, então é muito comum ver crianças desnutridas por aqui”, diz Isaac. Algumas igrejas foram poupadas. “Mas não há uma única Bíblia por aqui. Os militantes queimaram tudo e isso é uma das coisas mais tristes para os fieis, que nesse momento desejam a palavra de Deus para confortá-los”, disse um dos líderes cristãos que sobreviveu aos ataques.
Fé e determinação
Esse é um momento decisivo para a igreja nigeriana. “Os cristãos decidiram aceitar esses desafios pela fé. Eles sabem que é arriscado, mas estão retornando às suas casas e começando a reconstruir, usando materiais como talos de milho, madeiras e lama. Tudo é muito simples, mas ter um teto sobre suas cabeças já oferece alguma proteção. Uma das cenas mais marcantes foi ver as crianças ajudando seus pais a construir”, disse o colaborador. Segundo ele, as atividades em algumas igrejas já foram retomadas.
“Passar um tempo com eles, orando nas novas igrejas e até mesmo debaixo das árvores, foi inesquecível. Apesar do medo, alguns comércios foram reabertos. É um recomeço simples, mas muito significativo. Eles estão trabalhando duro para recuperar o que tinham e estão confiando em Deus para que a provisão venha e que suas necessidades diárias sejam supridas de forma sobrenatural”, comenta Isaac. Durante esse período difícil, a Portas Abertas tem fornecido ajuda emergencial, principalmente em Adamawa.
Se você também quer ajudar os cristãos perseguidos, conheça o projeto “Um Novo Começo” e apoie as viúvas nigerianas. Elas estão recebendo aconselhamento pós-trauma e aprendendo a seguir em frente através da fé em Cristo. “Quando meu marido estava vivo, ele fornecia tudo o que eu precisava. Agora eu estou lutando com a minha saúde e não tenho forças para trabalhar, mas ainda assim eu olho para Deus e sei que ele me sustenta. Nós realmente precisamos de pessoas que orem por nós. Por favor, orem pelos meus filhos, especificamente para que eles cresçam no Senhor e se tornem pessoas respeitáveis na comunidade”, pediu uma das viúvas.
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