Uma mulher da Irlanda do Norte, mãe de quatro crianças, expressou esta semana o seu horror pelo número de palavras associadas ao Cristianismo que foram retirados da última edição do Dicionário Oxford Júnior.
Palavras relacionadas com o Cristianismo como “bispo”, “capela”, “discípulo”, “ministro”, “pecado” e “diabo”, foram substituídas por palavras como “blogue”, “biodegradável”, “leitor de MP3”, “democrático”, e “celebridade”, na edição de 2007 do popular dicionário infantil.
Apesar da nova versão do dicionário ter sido publicada no ano passado, a remoção das palavras passou largamente despercebida até Lisa Saunders, a mãe de quatro filhos, as ter apontado.
Ela apercebeu-se inicialmente da omissão de palavras durante a realização dos trabalhos de casa com o filho, quando não conseguiu encontrar as palavras “musgo” e “feto”, que se encontravam em edições até ao ano 2003, mas não foram incluídas na versão de 2007, reportou o jornal The Telegraph.
A descoberta levou Saunders a comparar as entradas de edições mais antigas, desde 1978, 1995, 2000, 2002 e 2003, com as últimas do dicionário júnior.
“Eu fiquei completamente horrorizada com o grande número de palavras que foram descartadas”, contou ela ao The Telegraph em Londres. “Sabemos que a língua evolui, e não devemos ser retrógrados, mas também não se pode destituir centenas de palavras importantes em troca de vocabulário das novas tecnologias.”
Vineeta Gupta, director para a área de dicionários juvenis da Oxford University Press (OUP), disse ao The Telegraph que foram feitas alterações a fim de reflectir uma sociedade “multicultural”.
“As pessoas já não costumam ir à igreja como antes. Temos um entendimento da religião inserida no multiculturalismo, razão pela qual algumas palavras como “Pentecostes” teriam estado presentes há 20 anos atrás mas agora não”, disse ele.
“A fé Cristã ainda tem forte adesão”, observou Saunders, segundo o The Telegraph. “Erradicar tantas palavras associadas ao Cristianismo terá um grande efeito sobre as inúmeras escolas primárias que as usam.”
A decisão da OUP de descontinuar certas palavras é uma forma de “engenharia verbal”, escreveu recentemente Erin Manning no conservador blogue da Beliefnet, Crunchy Con.
Manning citou o teólogo moral Católico William Smith, que dizia: “Toda a engenharia social é precedida por engenharia verbal.”
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