O pesquisador americano Henry Ansgar Kelly escreveu um livro intitulado “Satã: Uma Biografia” no qual garante que a história do demônio registrada nos textos bíblicos foi deturpada ao longo dos tempos. Segundo o pesquisador o Diabo não seria assim tão ruim quanto é descrito e a “difamação” começou nos primeiros séculos do cristianismo, por obra de patriarcas da Igreja.
Para Kelly que é professor emérito da Universidade da Califórnia, a Bíblia revela que o demônio era uma espécie de “empregado de Deus”, uma entidade moralmente correta, encarregada de perseguir e acusar os pecadores. Segundo a teoria do pesquisador no século 2 os pais da Igreja, ao interpretar o episódio bíblico de Adão e Eva no jardim do Éden, associaram-no à imagem da traiçoeira serpente transformando-o em inimigo de Deus.
O jornalista Álvaro Oppermann escreveu um artigo sobre o livro para a revista Superinteressante, no qual fala que uma proposta de visão menos maniqueísta do Diabo, como a descrita por Henry Kelly e outros autores modernos, parece estar em sintonia com o conceito de “mal” observado em algumas religiões como o budismo e o hinduísmo.
Oppermann falou também da visão do diabo defendida pela crença islâmica, segundo a qual todos os recém-nascidos são tocados pelo diabo na hora do nascimento para que, mais adiante na vida, possam fazer a escolha que bem entenderem entre o certo e o errado. Segundo o jornalista na visão do diabo na crença islâmica ele não é nem de longe tão maléfico e assustador quanto seu equivalente cristão.
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