A prisão do pastor Marcos Pereira sob acusação de estupro na última terça-feira, 07 de maio, repercutiu no meio evangélico, e alguns pastores publicaram artigos comentando o episódio.
Para Waguinho, cantor e pastor da Assembleia de Deus dos Últimos Dias (ADUD) e aliado de Pereira, a prisão é uma retaliação: “Todo mundo que convive com o pastor sabe que ele é uma pessoa do bem. Isso tudo começou por causa daquele José Júnior, que trabalha ganhando R$ 80 milhões do governo, enquanto a gente ressocializa as pessoas por amor, sem ter nenhuma vantagem com isso. Nós sabemos quem é do mal, sabemos quem engana. Foi uma prisão feita já numa hora adiantada, para que acontecesse isso aqui, para que a imprensa soubesse. A principal intenção é o escândalo, é denegrir a imagem do pastor”, afirmou, criticando o maior adversário de Marcos Pereira, o ativista social José Junior, presidente do Afroreggae.
Entretanto, a visão de Waguinho não foi compartilhada por outros pastores. Márcio de Souza, colunista do Gospel+, publicou em seu blog um artigo sobre o caso, e demonstrou estranheza por saber que entre os evangélicos, há pessoas que defendem Marcos Pereira.
“Eu fico pasmo de saber como existe gente que ainda apoia esse camarada. Reportagens fantasiosas, acordos de rebeliões com final feliz e um show que culminou agora com a prisão do protagonista desse circo”, escreveu.
Segundo Souza, o argumento que será usado pelos partidários de Marcos Pereira é inválido: “Agora as pessoas se levantarão e dirão que ele está sendo perseguido porque é servo de Deus. Servo de Deus não estupra ninguém, nem se aproveita da fraqueza do outro para se promover”, escreveu, antes de lamentar os danos que o escândalo pode causar à imagem da igreja como um todo: “O maior problema é que o testemunho desse cara desabona a todos os crentes idôneos que professam o Evangelho verdadeiro de Cristo no meio de quem ainda não teve uma experiência com o Senhor. As pessoas pensam logo que somos todos ‘farinha do mesmo saco’. Uma pena. Quero ver agora ficar gritando ‘Tei tei tei’ no xadrez”, resumiu.
A preocupação do pastor Márcio de Souza não foi a mesma que o reverendo Hermes C. Fernandes demonstrou: “Estou profundamente envergonhado pela maneira como muitos irmãos têm reagido à prisão do pastor Marcos Pereira da Assembleia de Deus dos Últimos Dias, preso preventivamente na terça-feira à noite, investigado por seis estupros. A impressão que se passa é que a maioria está mais preocupada com o escândalo em si. Temem que respingue na reputação da igreja evangélica como um todo e, assim, mine ainda mais a sua credibilidade já tão desgastada junto à sociedade. Não vi ninguém demonstrar preocupação e compaixão pelas vítimas de alguém que se escondia por trás de uma posição eclesiástica para cometer abusos e estupros. Como estará o coração dessas pessoas?”, questionou no texto publicado em seu blog.
Em seu blog, Fernandes ressaltou que Marcos Pereira tornou-se algoz de quem buscava refúgio em seu ministério: “O que um discurso moralista inflamado é capaz de esconder! Gente humilde e carente foi vítima de quem deveria protegê-la. Alguns prefeririam que tais coisas jamais fossem descobertas para que o escândalo fosse evitado e a igreja fosse poupada de mais um desgaste”, lamentou.
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