De acordo com relatórios da Portas Abertas, os cristãos líbios estão enfrentando tempos difíceis. O país que está entre os 10 na Classificação da Perseguição Religiosa de 2016, teve um aumento considerável na intolerância religiosa desde 2015, quando abriu suas portas para receber estrangeiros, impondo o islã a todos eles. Este cenário inspirou a violência contra os cristãos. Os confrontos entre as milícias locais e a ascensão do Estado Islâmico fizeram a Líbia viver um verdadeiro caos, desde o fim do regime ditatorial de Muammar Gaddafi em 2011.
Na onda da Primavera Árabe e motivados pela queda do presidente, líbios foram às ruas contra seu governo. O levante logo se transformou em uma guerra civil que durou de fevereiro a outubro de 2011, quando cerca de 30 mil líbios foram mortos. Desde então, a situação do país ficou instável. Em janeiro de 2016, houve pequenos sinais de esperança para a volta da estabilidade, quando um novo governo foi anunciado. Para os cristãos, porém, isso não traz muitas mudanças. Nas últimas semanas, o Estado Islâmico tem aumentado sua presença no país, o que significa mais perseguição aos cristãos. Mas eles não se deixam abalar.
Os cristãos líbios são conhecedores de que o cristianismo existe na Líbia desde os tempos do Novo Testamento, quando Simão de Cirene, carregou a cruz de Jesus. Eles também estiveram presentes no dia de Pentecostes, mas com o surgimento do islã no norte da África, esse cenário mudou, mas não conseguiu apagar a presença de Cristo na cidade. Hoje em dia, as pequenas comunidades cristãs se reúnem em igrejas, mas somente os estrangeiros estão autorizados, os líbios o fazem clandestinamente. Somente as mesquitas são permitidas para eles. Relatórios da Portas Abertas estimam que haja cerca de 20 mil cristãos no país, sendo que apenas 150 são líbios.
"Humanamente falando, os cristãos líbios não esperam alguma melhoria na situação, a impunidade é generalizada para os crimes cometidos contra eles e é provável que continue assim. Os incidentes violentos envolvendo o sequestro e assassinato de migrantes cristãos mostram claramente a força e visibilidade dos grupos radicais islâmicos, incluindo Estado Islâmico, neste país que está à deriva na ilegalidade absoluta. Mas, mesmo que nenhuma forma de evangelismo ou trabalhos de missões sejam permitidos na Líbia, os cristãos se mostram decididos a seguir em frente, por isso, vamos orar por eles", diz um dos analistas de perseguição.
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