Um respeitado líder religioso cubano, que foi inesperadamente preso e julgado no tribunal na semana passada, foi inocentado de todas as acusações depois que seus acusadores deram provas contraditórias contra ele.
De acordo com uma nota de imprensa da Christian Solidarity Worldwide (CSW), o reverendo Roberto Rodriguez, 67, foi autorizado a regressar à sua família e está se recuperando em casa depois de ter sido considerado inocente por "comportamento ameaçador".
CSW disse que de acordo com a família Rodriguez, oficiais de segurança do Estado chegaram a sua casa sem aviso em 30 de agosto, forçando Rodriguez a ir com eles.
Conforme a CSW disse, o pastor, com a saúde ruim, era incapaz de tomar a sua medicação e foi forçado a viajar de carona com os dois funcionários de Cardenas a Santa Clara. Eles chegaram à 1h da manhã e, no dia seguinte viajaram para a cidade de Placetas, no centro de Cuba, onde Rodriguez foi julgado em 2 de setembro.
CSW disse que os promotores do Ministério Público recomendaram que seja dada a Rodriguez a sentença de um ano de prisão. No entanto, após o que a CSW chamou de evidências contraditórias dadas por seus acusadores, a família acredita que o tribunal não tinha escolha para considerá-lo culpado. Porém, o tribunal proferiu uma multa ao líder da igreja, por razões ocultas.
CSW disse que as primeiras acusações contra Rodriguez foram ao final de 2008, quando se tornara alvo do governo por liderar uma sanção contra o governo. Neste período seria o julgamento que não se concretizou, porém ele passou os últimos 21 meses em prisão domiciliar.
Enquanto isso, a CSW disse que sua família tem sofrido abuso verbal e físico dos vizinhos, aparentemente agindo com o apoio do governo, além de terem sua casa vandalizada.
CSW comentou que o comportamento dos vizinhos de Rodriguez são consistentes com a estratégia do governo de incentivar "atos de repúdio". É onde os civis são estimulados a perseguir e atacar, por vezes, os cubanos que caíram em conflito com as autoridades, geralmente os ativistas dos direitos humanos ou democracia.
CSW disse que o assédio à família Rodriguez culminou em um ataque físico contra a nora de Rodriguez, que sofreu um aborto e foi hospitalizada.
O chefe executivo da CS, Mervyn Thomas, disse em um comunicado à imprensa: “A CSW congratula-se com a notícia de que o reverendo Rodriguez não foi considerado culpado das acusações contra ele. O tratamento que o reverendo, um líder respeitado em âmbito nacional e pastor de 48 anos, têm sofrido ao longo dos últimos dois anos, simplesmente porque a sua organização têm resistido às tentativas do governo de interferir nos seus assuntos internos, é uma desgraça.”
Ele acrescentou: "CSW apela ao governo cubano para garantir que a restituição seja feita à família pelos danos causados à sua casa, pelos acusadores que agora estão desacreditados. Eles estão autorizados a regressar à sua casa com a garantia completa de proteção que são direito deles como cidadãos cubanos.”
CSW é uma organização de direitos humanos que trabalha em prol dos perseguidos por suas crenças cristãs e promove a liberdade religiosa para todos.
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