No sábado, 25 de setembro, o reverendo Rinaldy Damanik, um pastor indonésio detido sob o que muitos acreditam ter sido acusações falsas, comemorou seu 45º aniversário.
Mas, na segunda-feira, 27 de setembro, ele teve um motivo maior para comemoração. As autoridades policiais anunciaram que Damanik seria liberto em novembro deste ano (2004) - quase um ano antes da sua data de libertação inicial de setembro de 2005.
Mona Saroinsong, a coordenadora do Centro de Crise da igreja Protestante, em Sulawesi, e protetora mais próxima de Damanik, deu a entender, na sexta-feira, 24 de setembro, que mudanças estavam por acontecer. Notícias da soltura antecipada de Damanik vieram como uma surpresa alegre para os amigos, famílias e apoiadores que fizeram incansável campanha em sua defesa.
Damanik, uma figura proeminente das negociações de paz entre comunidades rivais cristãs e muçulmanas, na ilha de Sulawesi, foi condenado por acusações de "posse de armas ilegais", em junho de 2003.
A acusação registrou um incidente em 17 de agosto de 2002, quando seu comboio de assistência - retornando de uma missão para auxiliar refugiados dos dois lados do conflito - foi detido pela polícia.
Membros do comboio foram levados para um prédio próximo para interrogatório enquanto seus carros eram revistados. Dias mais tarde, a polícia declarou que havia encontrado armas de fogo e munição no veículo.
Damanik foi detido pela polícia em setembro de 2002, e o caso da corte deu início em fevereiro de 2003. Várias testemunhas da acusação admitiram que a polícia as havia pressionado para dar falso testemunho. O juiz Somanada admitiu existir irregularidades no processo da corte, mas condenou Damanik a três anos de prisão.
Levando em consideração o tempo já despendido em custódia policial, sua sentença deveria finalizar em setembro de 2005.
Fontes na Indonésia dizem que um clérigo muçulmano chefe, Idrus R. al Habsy, favoreceu o pastor detido depois que o filho do clérigo Husen encontrou Damanik na prisão. Quando Idrus constatou que Damanik estava lutando pela paz em Poso, uma área arruinada por conflitos e assassinatos desde 1998, o clérigo de idade avançada se tornou um advogado fiel em favor da soltura de Damanik.
Em 20 de agosto, Idrus, ansioso, assinou uma garantia enviada ao Ministro da Justiça e Direitos Humanos, declarando que Damanik é um "homem de bom caráter" que "deveria receber permissão para ser liberto".Acredita-se que o documento ajudou abrir caminho para a liberdade condicional antecipada de Damanik. Em 23 de agosto, Idrus R. al Habsy faleceu por ter estado doente.
No fim de julho, Compass conversou com o reverendo Damanik no Centro de Detenção Maesa, em Palu, através de um intérprete, que percebeu que Damanik estava esquelético, com olhos vermelhos e, obviamente, ainda sofrendo os efeitos de um problema sério de rim, que levou a sua hospitalização em maio de 2004.
Apesar disso, Damanik pareceu estar entusiasmado enquanto descrevia sua experiência na prisão e comentava sobre a violência religiosa na Sulawesi Central e do Norte. "Anteriormente, eu havia visitado pessoas na prisão", contou Damanik, "mas nunca pensei que eu seria um detento neste lugar!".
Em uma guinada irônica, quinze homens que foram detidos por assassinar treze cristãos e ferir outros cristãos em outubro de 2003, os quais ocuparam outras celas na prisão. Damanik disse que ele ganhou verdadeiro discernimento nas tenções religiosas em Sulawesi através das conversas com os esses homens.
A prisão também abrigou dois outros combatentes do Laskar Jihad e cinco membros do Jemaah Islamiyah, que são organizações terroristas islâmicas. "Eu me misturo com eles e eles me chamam de 'manão'", disse Damanik. "Às vezes, eles, até mesmo pedem que eu ore por eles".
"Meu maior desejo é voltar a trabalhar no Centro de Crise (da igreja Protestante na Sulawesi Central), onde eu trabalhei anteriormente", afirmou Damanik quando lhe foi perguntado a respeito das coisas mais difíceis que ele enfrentou na prisão. "Por que eu deveria estar aqui e não com todos os meus colegas de trabalho ajudando aqueles que estão sofrendo?".
Tiros têm como alvo os cristãos
A soltura de Damanik pode não ser o fim da história. Alguns amigos expressaram temor pela segurança de Damanik. Vários incidentes violentos de disparos de tiros ocorreram este ano na ilha de Sulawesi, sendo que a maioria das vítimas era cristã.
O incidente mais recente ocorreu em 18 de julho, na igreja de Effata, em Palu, resultando na morte da pastora Susianty Tinulele, de 26 anos e graves ferimentos em Desrianti Tengkede, de 17 anos.
Tinulele havia visitado Damanik na prisão somente dois dias antes dos disparos. Contudo, a pastora presidente na igreja de Effata contou à Compass que ela não foi, necessariamente, o alvo específico dos homens mascarados, uma vez que ela era uma oradora convidada e não um membro comum da igreja. Foi, simplesmente, um caso de estar no local errado e no momento errado.
Em outras ocasiões, homens mascarados tiveram como alvo principal os pastores e profissionais cristãos, tais como Ferry Silalahi, um advogado que havia perseguido militantes muçulmanos em casos judiciais de personalidades e defendeu Damanik em corte. Silalahi foi baleado e morto enquanto saia de uma reunião da igreja em 25 de maio de 2004.
Ao observar a reação que os cristãos devem ter diante da violência, Damanik disse que a igreja precisava orar e abençoar os inimigos. Contudo, "Nós também precisamos mostrar que nós não somos covardes ao enfrentar esta injustiça. Não estou dizendo que nós deveríamos expressar nossa ira através de vingança, mas precisamos falar a verdade em amor".
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