Judeus ortodoxos invadiram o culto de uma congregação messiânica em Berseba, Israel, dia 24 de dezembro.
Duas mulheres da cidade Arad, sul do Neguebe, seriam batizadas durante o culto. Quando o culto começava, mais de 300 judeus ortodoxos, inclusive crianças, se reuniram e entraram na propriedade da Congregação Messiânica Nachalat Yeshua.
Segundo o pastor da congregação, Howard Bass, os ortodoxos foram convidados a ficar e assistir ao culto. Mas eles começaram a andar pelo salão, dançar, cantar e virar mesas e cadeiras.
No começo, dois ou três policiais chegaram, mas "a situação saiu do controle", disse Howard, e eles tiveram que pedir reforços.
Os agitadores atingiram os messiânicos no rosto, nas costas e no estômago. Embora um deles tenha sido atingido perto do olho, ninguém precisou de cuidados médicos.
Howard contou que, quando os ortodoxos descobriram o tanque batismal, eles ficaram furiosos e começaram a atirar objetos no tanque. Atiraram o próprio Howard na água, quebrando seus óculos.
Os manifestantes também danificaram um retroprojetor, o trinco da porta da frente, a cerca e alguns carros.
Howard disse que ainda não conseguiu encontrar as chaves e os cadeados da propriedade. Eles devem substituir tudo isso, que fazia parte de um sistema especial de segurança. O pastor avaliou os danos em 2 mil dólares.
O rabino-chefe de Berseba, Yehuda Deri, ficou do lado de fora, falando com os manifestantes durante o incidente. A polícia algemou dois dos agressores mais violentos, mas os libertou na presença de Yehuda.
Segundo Howard, o rabino não assumiu a responsabilidade do acontecido, e os agitadores não pediram desculpas nem se arrependeram. A congregação fez uma queixa na delegacia.
Um cristão tentou filmar o incidente, e quando os manifestantes gritaram, dizendo que isso era "proibido no shabbat" (o sábado judaico), ele lhes disse que não era judeu. Mas a polícia o proibiu de usar a filmadora, dizendo que isso seria uma provocação. Outros, entretanto, fotografaram e filmaram a manifestação.
Uma mulher, membro da congregação, disse ter ficado chocada com o ódio dos jovens quando ela tentou entrar no prédio. Eles lhe disseram que os cristãos eram nazistas e que ela merecia receber uma bala na cabeça.
As pessoas que freqüentam o culto de Berseba toda semana - feito em hebraico - são quase todos judeus messiânicos e cristãos. Há sete anos, um protesto similar aconteceu na frente do prédio, mas Howard disse que os manifestantes não tentaram entrar.
As duas mulheres que seriam batizadas tinham 18 anos. Uma delas é de uma família judaica messiânica. A congregação tinha planejado um piquenique depois dos batismos. No final, as mulheres foram batizadas em outro lugar.
De acordo com o pastor Yakim Figueras, aconteceram protestos em Arad no sábado anterior, em frente a sua casa e em outros lugares onde os cristãos se reúnem.
Desde abril de 2004, a polícia de Israel tem recusado permissão para manifestações em frente à casa de uma família messiânica em Arad. Um advogado dos ultra-ortodoxos apelou da decisão da Justiça em setembro. A corte ainda não se pronunciou sobre o caso. (Leia mais sobre esse assunto).
Yakim disse ao Compass que o incidente da semana passada em Berseba pode melhorar a posição dos messiânicos no tribunal. "Estava fora de controle. Isso pode estar a favor do nosso caso", o líder messiânico disse.
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