“Era eu que era para estar lá. Mas foi Deus que me salvou”, afirmou o jovem Maycon Douglas de Souza, de 20 anos, que viu o momento em que seus dois amigos caíram de uma roda-gigante após a cabine em que estavam se soltar do brinquedo, em um parque de diversões, em Várzea Grande, região metropolitana de Cuiabá. O acidente ocorreu na noite de sábado (15) e as vítimas estão internadas em estado gravíssimo.
Maycon contou que está abalado com toda a situação e que desistiu de ir no brinquedo junto com os amigos. Ele disse ainda que um dos jovens chegou a pedir para ele comprar o ingresso, porém, se recusou a ir. “Um outro colega foi quem comprou”, declarou.
O jovem relatou que ouviu um barulho na roda-gigante pouco antes do acidente. “Eles entraram no brinquedo e pouco tempo depois de rodar, de repente, fez um estalo lá em cima e a cabine despencou caindo no chão. Aí começou o desespero”, contou o estudante.
Ele diz ter saído correndo até os amigos para tentar ajudar, no entanto, foi impedido. “Havia muito sangue no chão, e o Ariel [vítima] estava tremendo muito. Tentei ajudar, mas não me deixaram. Tivemos que esperar o atendimento médico”.
Para o jovem, “foi um choque muito grande” tudo o que aconteceu.
Maycon Douglas disse que está se sentindo muito mal após o acidente e contou que também está rezando todos os dias pela recuperação dos amigos. InvestigaçãoO parque está montado no bairro Parque do Lago há alguns dias e o acidente ocorreu por volta das 21h30 de sábado. Fabrício Ferreira de Oliveira, 21 anos, e Ariel Adão Costa Bolfarini, de 16 anos, sofreram traumatismo craniano e passaram por cirurgia neste domingo. Eles estão internados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Pronto-Socorro de Várzea Grande e caíram de uma altura acima de 5 metros.Conforme a Polícia Militar, que registrou a ocorrência, o eixo que ligava a cabine à roda-gigante quebrou, ocasionando o acidente.
A Polícia Civil abriu inquérito nesta segunda-feira (17) para apurar o caso. Foi confirmado ainda que o parque não possui alvará de funcionamento dado pela prefeitura do município e nem laudo assinado por um engenheiro do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Crea) de Mato Grosso. ”Não houve [laudo] e, segundo me disseram, também não há alvará de funcionamento. Então ele está irregular”, afirmou Tarciso Bassam, presidente do Crea.
O secretário de Infraestrutura de Várzea Grande, Luiz Carlos Sampaio, também confirmou que nenhum pedido de autorização de funcionamento foi feito para a prefeitura.
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