O jovem adolescente palestino Hussam Abdo afirmou que aceitou participar de uma missão suicida na Cisjordânia porque isso permitiria que ele se tornasse um mártir.
Em março, aos 15 anos, Abdo foi detido por soldados israelenses em um posto de controle, nos arredores da cidade de Nablus, com nove quilos de explosivos e pregos em um cinturão escondido debaixo da roupa.
Não é suicídio, é martírio. Eu me tornaria um mártir e iria para meu Deus. É melhor que ser cantor ou jogador de futebol. É melhor que qualquer coisa, disse o garoto em entrevista a Paul Wood, correspondente da BBC no Oriente Médio.
As imagens da prisão de Abdo, sozinho no meio de uma estrada em uma tarde fria e cercado pela mira dos rifles de soldados israelenses, foram exibidas em todo o mundo.
Pais contrariados
O jovem palestino contou que a missão suicida começou às 6 horas da manhã. Abdo fez uma oração, despediu-se da mãe com um beijo e disse que estava indo para a escola.
Meus pais me forçavam a ir para a escola e eu não sentia vontade de ir, afirmou o garoto.
Em vez de ir para a aula, Abdo se encontrou com membros das Brigadas dos Mártires de Al-Aqsa, que fotografaram o garoto para um "pôster de mártir" e ajudaram o jovem palestino a esconder o cinto com explosivos para seguir em direção a Israel.
Se eu tivesse contado para minha mãe, ela não teria me deixado sair de casa, diz o adolescente. Ela teria gritado comigo, chorado e dito para eu não fazer isso.
Na época da prisão, as forças de segurança israelenses afirmaram que Abdo era um adolescente amedrontado, que não sabia o que estava fazendo.
O garoto foi apontado pelas autoridades israelenses como um exemplo de como os jovens palestinos eram ameaçados e intimidados para aceitar a idéia do martírio heróico defendida por cínicos membros de grupos militantes.
Muitos palestinos, no entanto, afirmam que os voluntários suicidas são um sintoma do desespero e da falta de esperança de toda a comunidade palestina.
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