A cidade de Aparecida, no interior de São Paulo, é o destino turístico religioso mais conhecido do país, e recebe anualmente 11 milhões de romeiros. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população local é 85% católica, contra 11% de evangélicos.
O papa Francisco vai visitar o Santuário da cidade, rezar uma missa e fazer um breve passeio nas ruas do centro. No trajeto do pontífice, há o templo da Assembleia de Deus Bom Retiro, e o pastor da congregação, Alcir de Souza Siqueira, diz que a presença do líder católico não vai alterar sua rotina.
“Para nós vai ser um dia normal. Apesar do papa ser um autoridade eclesiástica, não é o líder da nossa religião. Então, se ele passar aqui em frente e eu estiver no templo, pode ser que eu saia para observá-lo, mas só por curiosidade”, afirmou o pastor em entrevista ao G1. Segundo Siqueira, o culto agendado para a noite de hoje, 24 de julho, vai ser mantido.
O pastor ainda ressaltou que não impôs restrições aos fiéis que quiserem acompanhar a passagem de Francisco: “Isso é a critério de cada um, se alguém tiver a curiosidade de ir ver, tudo bem. Nós respeitamos o papa Francisco”, disse.
A dona de casa evangélica Mônica Rocha Romero, de 32 anos, cresceu na doutrina católica e afirma que a vista do papa faz bem à economia local, pois atrai turistas, mas não tem curiosidade de ir vê-lo. “Nossas orações serão para que tudo ocorra bem. A visita do papa é tratada com naturalidade e respeito na igreja que eu frequento. Não tenho a curiosidade de ir vê-lo porque somos contra a idolatria, seja de imagens ou de pessoas. Nosso líder é Jesus”.
Outro fiel evangélico, Hilton Bruno Mendes Carvalho, frequentador da Igreja Cristã Maranata, reforça a postura de respeito, mas ressalta que a visita de Francisco não desperta interesse: “Vou trabalhar normalmente e à noite vou à igreja. O papa é uma autoridade e um líder, portanto acho normal que quem professa a fé católica vá vê-lo. Eu não vou, nem por curiosidade, porque não vejo um significado religioso nisso para mim”.
Um comerciante local e pastor evangélico, Adilson José de Lima Castro é líder da Igreja Apostólica do Evangelho Pleno, e diz que sua rotina será alterada apenas pela questão do trabalho: “Vou trabalhar muito para recepcionar nossos irmãos católicos. Mas fora isso será um dia normal, com um culto na igreja à noite. Acho que nossos fiéis são livres, quem quiser, pode ir ver o Papa, sem problema”, sinalizou.
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