Ocorreram mais dois ataques em Karnataka e Madhya Pradesh, pelo Partido Nacional Unido liderado pelo Bharatiya Janata Party (BJP). Sajan George, presidente do Conselho Global de Cristãos Indianos (GCIC), afirmou que há "uma crescente discriminação, intolerância e perseguição" contra os cristãos e outras comunidades religiosas minoritárias
"Os estados indianos onde o Bharatiya Janata Party (BJP) está no poder, fecham os olhos para as atrocidades contra os cristãos" comentou Sajan K. George, presidente do Conselho Global de Cristãos Indianos (GCIC). Dois novos ataques aconteceram em Karnataka e Madhya Pradesh. Acredita-se que foram provocados pelo partido hindu ultranacionalista. Em ambos os casos, os ativistas de grupos radicais apoiados pelo BJP atacaram pastores de comunidades cristãs acusando-os de promover conversões forçadas e proselitismo.
O primeiro incidente ocorreu em 5 de setembro, na aldeia de Sagar (Shimoga, Karnataka). O líder cristão Damodara, 42, da Igreja Pentecostal Prarthanalaya Parishudda, realizava uma reunião de oração quando 15 radicais hindus, liderados por Omkara, entraram e atacaram o pastor e os fiéis ali presentes. Os ativistas chamaram a polícia para denunciar os cristãos de Taligoppa por praticarem conversões forçadas. Ao chegarem ao local e, antes de encerrar o caso, os policiais agrediram Damodara e os demais irmãos.
Informado do ataque, o GCIC entrou em contato com um inspetor de polícia de Sitaram e explicou o que havia acontecido. Ele, então, ordenou que o pastor fosse transferido à delegacia de polícia de Sagar, para um interrogatório imparcial. Ao amanhecer, Damodara foi libertado sem acusações. A polícia disse que o cristão assinou um documento em que afirma não estar envolvido em conversões forçadas. Até mesmo os rebeldes tiveram de assinar uma declaração de que não iriam interferir em atividades religiosas cristãs.
O segundo ataque aconteceu em 7 de setembro, nas aldeias de Birmawal (Ratlam, Madhya Pradesh). Na ocasião, a vítima foi o pastor John Pargy, 26, da Igreja Evangélica da Índia. Ele estava distribuindo panfletos sobre o cristianismo na estação de ônibus, quando 25 radicais hindus do grupos Rashtriya Swayamsevak Sangh (RSS) e Bajrang Dal o atacaram. Em vez de agredi-lo, os rebeldes o arrastaram para a delegacia de polícia local. Lá, eles alegaram que o pastor criticou publicamente o hinduísmo e os obrigou a beber sangue de vaca (um animal sagrado para os hindus, e, portanto, intocável). Por três dias, a polícia deteve Pargy na prisão, depois o liberou.
"A Índia é um país laico. Isso significa que sua legislação protege todas as religiões igualmente, e não levanta qualquer crença ao nível de religião do Estado. Entretanto, há mais de 60 anos, desde a independência e a proclamação de nossa Constituição, algumas comunidades minoritárias, como os cristãos, enfrentam crescente discriminação, agressão e forte intolerância", concluiu Sajan George.
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