Desde o atentado contra a vida do candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL), a vida de Adélio Bispo de Oliveira, que desferiu uma facada no político, vem sendo revirada. Apesar de afirmar que estava desempregado, logo surgiram indícios de que ele estaria sendo patrocinado por alguém. Imediatamente após a sua prisão, surgiram quatro advogados de defesa.
À polícia, Adélio disse que teria realizado o ataque a mando “de Deus”, gerando especulação que seria uma pessoa religiosa. Quando o advogado Zanone Manuel de Oliveira Júnior, um dos que cuida do caso, afirmou à imprensa que “uma pessoa ligada à igreja dos Testemunhas de Jeová de Montes Claros” estava custeando a defesa, aumentaram as especulações. Contudo, no domingo (9), Zanone mudou o discurso, citando a igreja do Evangelho Quadrangular de Montes Claros (MG) como responsável pelo pagamento.
Lideranças das Testemunhas de Jeová já haviam pedido que a equipe de advogados esclarecesse a menção. A organização religiosa emitiu notas negando qualquer ligação com Adélio, sua família ou sua defesa neste caso. Curiosamente, o defensor não respondeu oficialmente à instituição.
Aílton Pereira, do departamento jurídico das Testemunhas de Jeová, afirma: “A própria família diz que o Sr Adélio é de outra religião. Deve ter sido um lapso dele. Estamos tentando contato com o Sr Zanone, mas ele não dá retorno. Nós somos um povo pacato, que prega o amor ao próximo, pessoas neutras em assuntos políticos […] Só queríamos uma retratação em público. Não queremos forçar”.
Segundo o jornal O Globo, na juventude, Adélio e membros de sua família foram integrante da igreja Quadrangular. Contudo, a congregação nega qualquer envolvimento nos pagamentos.
O pastor Antônio Levy de Carvalho, superintendente da denominação em Montes Claros, destaca: “A igreja do Evangelho Quadrangular não pagou absolutamente nada de custas processuais dos advogados do senhor Adélio”.
Após os sucessivos desmentidos, Zanone deu uma terceira versão para quem está arcando com as custas processuais: “Não sei se é Testemunha de Jeová, se é Quadrangular. É uma pessoa física, de alguma forma ligada à congregação, mas não integrante, que conhecia o rapaz e queria ajudar”. Ele se nega a informar o nome do financiador da defesa.
A fala contradiz os parentes de Adélio. “Não sei nada de igreja que meu tio frequentava, nem de igreja ajudando a gente”, destacou Marlete Ramos, sobrinha de Adélio.
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