Uma pesquisa qualitativa da Fundação Perseu Abramo, ligada ao PT, foi divulgada recentemente mostrando uma mudança no perfil dos moradores da periferia. De modo geral, essa faixa da população está mais conservadora e isso se reflete necessariamente na questão política, tendo parado de votar nos partidos de esquerda.
O sociólogo Gabriel Feltran, coordenador de Pesquisa do Centro de Estudos da Metrópole da Universidade de São Paulo (USP) e pesquisador do Núcleo de Etnografias Urbanas do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento afirma que isso será um ponto focal nas próximas eleições.
Segundo ele, “a pesquisa é insumo para um debate importante sobre as mudanças nas periferias da cidade, nas formas de entender os governos e a política, os valores e o futuro”.
Para o especialista, há uma mudança nas camadas mais pobres, influenciado pela questão religiosa. “É um voto que concebe o mundo a partir da proximidade, da relação pessoal, da confiança na ética do candidato, um voto próximo e moral. Que por isso sempre esteve muito próximo das igrejas, espaços altamente politizados. E sabemos que a expansão pentecostal é muito mais conservadora que progressista, ao contrário das comunidades de base católicas”.
Feltran insiste que, nesse momento, os movimentos de esquerda estão revendo suas estratégias e admitem que perderam espaço junto a essa camada social. “Não há espaço vazio em política. Outros grupos, como as polícias militares, os evangélicos (com suas ações midiáticas e de base), bem como o empreendedorismo do mercado de trabalho, têm estado bem mais perto. E estando perto, ganham eleição ali”, avalia.
Ao ponderar sobre o crescimento dos evangélicos no país, sobretudo nas comunidade mais pobres, ele aponta que os valores liberais, no sentido político do termo, “encontrou, no pentecostalismo, um solo muito fértil de desenvolvimento”. Isso é refletido, em parte, pela teologia da prosperidade que de muitas maneiras estimula o fiel a empreender, se tornar seu próprio patrão.
Questionado sobre a proximidade com os pobres, o sociólogo diz que os partidos e movimentos sociais estão perdendo espaço para os pastores. “As igrejas evangélicas são também elas muito heterogêneas, não dá para generalizar. Seu liberalismo de base, a teologia meritocrática da prosperidade, é muito conservador; mas elas estão próximas e isso se reconhece”.
Sendo assim, a estratégia das esquerdas é disputar com elas “os espaços políticos estratégicos”, pois se não o fizerem irão perder ainda mais presença nas periferias.
Evangélicos de esquerda
De certa maneira isso já tem acontecido, com movimentos “de esquerda” se fortalecendo dentro de segmentos evangélicos no Brasil.
Contudo, essa parece ser uma tendência mundial. O pastor Sam Rohrer, da Associação de Pastores Americanos (APA), veio a público recentemente denunciar essa “esquerda religiosa”, que está induzindo as pessoas ao erro.
Rohrer acredita que os ativistas religiosos que se dizem liberais e defendem o casamento homoafetivo, aborto e outras ideias que contrariam frontalmente o que a Bíblia diz, são “falsos profetas” e “falso mestres”. Não importa os títulos que eles detenham, insiste o representante da Associação, eles ficam “pinçando” versículos e usando de uma retórica mais calcada em Marx que em Jesus.
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