O jornal inglês The Guardian publicou uma reportagem em que afirma que o Vaticano construiu um império imobiliário a partir de valores pagos pelo ditador italiano Benito Mussolini em troca de reconhecimento da Igreja Católica a seu regime fascista.
O Guardian afirma que através de empresas offshore (organizações situadas fora do país de origem de seu proprietário com o propósito de reduzir o pagamento de impostos), o Vaticano comprou imóveis de alto valor, em localizações privilegiadas de Londres, capital da Inglaterra.
A reportagem investigativa descobriu que além dos imóveis em Londres, a igreja possui ainda blocos de apartamentos de alto padrão na Suíça e na França.
Os valores que Mussolini pagou ao Vaticano somariam, hoje, aproximadamente £ 500 milhões, o equivalente a R$ 1,6 bilhão de reais na cotação atual. A reportagem, que pesquisou documentos antigos para comprovar as denúncias, chama atenção ainda para a disposição da Igreja Católica em ocultar suas propriedades.
A matéria assinada por David Leigh, Jean François Tanda e Jessica Benhamou apresenta o depoimento do John Pollard, da Universidade de Cambridge. Para ele, o dinheiro repassado por Mussolini à Igreja Católica foi essencial para evitar a falência da denominação: “O papado agora, está financeiramente seguro de que nunca será pobre de novo”, afirmou.
A investigação feita pelos jornalistas questionou os motivos de mesmo após os períodos de guerra mundial, a igreja ainda insistir em manter suas propriedades em sigilo. O representante do Vaticano em Londres, arcebispo Antonio Mennini, foi consultado para oferecer a versão da Igreja Católica sobre o assunto, porém, preferiu não se manifestar.
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