As famílias chefiadas por uma pessoa que segue religião espírita têm maior rendimento médio mensal (R$ 3.796) do que as mantidas por um evangélico pentecostal (R$ 1.271), segundo Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2002-2003, divulgada nesta quarta-feira, pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
O analista socioeconômico do IBGE, José Mauro de Freitas Júnior, diz que a escolaridade entre as religiões influenciou nos resultados.
“Os maiores rendimentos são dos espíritas muito provavelmente, porque eles têm um grau de escolaridade maior do que os evangélicos pentecostais, que ficaram com a menor renda. Também temos que levar em consideração que as famílias espíritas têm menor concentração de integrantes, 2%, enquanto que as evangélicas de origem pentecostal representam cerca de 11%”, afirmou Freitas.
Em relação às despesas, a pesquisa apontou que as famílias com maiores gastos total também foram aquelas chefiadas por espírita (R$ 3.617), enquanto as com menores gastos foram as evangélicas pentecostais (R$ 1.301).
A maior proporção de famílias (74%) são da religião católica apostólica romana, e seu rendimento médio é de R$ 1.790. Os evangélicos, em geral, atingiram um rendimento médio familiar de R$ 1.500 e representou 17% do grupo familiar entrevistado.
O estudo também se referiu ao item de gastos com pensões, mesadas e doações para as respectivas religiões. As famílias de origem evangélica pentecostal atingiram 21,4 % de despesas com doações (R$ 23), as pertencentes a evangélica de missão atingiram 21,9% (R$ 58) e as outras evangélicas 34% (R$ 59).
Outro destaque da pesquisa foi com o item impostos, cuja referência espírita investiu 44,2% (R$ 236), cerca de três vezes a média do Brasil (R$ 79), brasileiros de outras religiões gastaram 42,9% e os que se declaram sem-religião e não-determinada 42,7%.
O IBGE considera evangélico pentecostal as igrejas Assembléia de Deus, Universal do Reino de Deus, Nova Vida, Cadeia da Prece, Deus é Amor, Evangélico Quadrangular.
A pesquisa aponta as famílias chefiadas por homem têm rendimento 21% do que as mantidas por mulheres, R$ 1.900 contra R$ 1.573, respectivamente.
De acordo com a pesquisa, um outro determinante do rendimento das famílias é a cor ou raça da pessoa de referência. A POF 2002-2003 mostra que famílias chefiadas por brancos possuem um rendimento médio de R$ 2.282, contra R$ 1.264 das mantidas por negros e R$ 1.242 das sustentadas por pardos.
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