Humorista cristão critica a campanha Je Suis Charlie e fala sobre desenhos da revista que ridiculariza a fé cristã
Após o atentado ao prédio da revista ‘Charlie Hebdo’, em Paris, na França, milhares de pessoas começaram a publicar mensagens de repúdio ao terrorismo. Nas redes sociais, muitas pessoas publicaram a frase “Je Suis Charlie” (Eu Sou Charlie), em alusão a uma campanha contra os atentados, que foi fomentada até mesmo por celebridades internacionais na premiação do Globo de Ouro no último domingo (11).
Porém, a campanha foi questionada por vários cristãos, como o humorista Jonathan Nemer, criador do canal ‘Desconfinados’, que argumentou não ser possível um cristão se declarar como um “Charlie”, visto que os cartunistas da publicação francesaridicularizavam a fé de diversas religiões, incluindo o cristianismo.
– Admito que algumas pessoas de fato sejam como os cartunistas da Charlie Hebdo, mas não brasileiros, tampouco cristãos. Cristãos não são Charlie, nem católicos, nem evangélicos. Não tem como dizer que é Charlie, é incoerente – afirmou o humorista, criticando as pessoas que publicaram a mensagem em sites e redes sociais.
Nemer comentou, em seu texto sobre o tema, que os desenhos feitos pelos cartunistas da revista constantemente ridicularizam não só a fé islâmica, como também a fé cristã. Ele frisa que a ‘Charlie Hebdo’ já “publicou na capa de sua revista uma caricatura do Espírito Santo, tendo relação sexual com Jesus e com Deus, num trenzinho, fazendo apologia ao Casamento Gay”.
– Talvez você postou que é Charlie na empolgação, no oba oba, mas tenho certeza que não foi ver que tipos de desenhos tal revista já publicou. Ela não fazia chacota apenas de Maomé, mas também de Jesus, de Deus, da Trindade – ressaltou.
-Sou totalmente contra o terrorismo, mas de forma alguma posso dizer JE SUIS CHARLIE, porque sou contra o desrespeito, seja ao cristianismo, ao islã, ao catolicismo, ao espiritismo, etc. Porque nos revoltamos quando o Porta dos Fundos faz um vídeo fazendo chacota com Jesus e agora queremos dizer que somos Charlie? (…) Liberdade de Expressão é um Direito, mas ele deve ser exercido até onde começa o Direito de outra pessoa. Liberdade de Expressão pra ofender, provocar ódio nas pessoas, também é uma forma de terrorismo. Você é Charlie? Então saiba que pra mim você também é um terrorista, e posso dizer que, definitivamente, EU NÃO SOU CHARLIE – completou Jonathan Nemer.
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