Haddad diz que não investirá em voto evangélico
O candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, negou ontem que esteja preparando um plano para falar diretamente ao eleitorado evangélico.
A afirmação foi uma reação à reportagem publicada ontem na qual o Estado revelou a nova estratégia petista para lidar com o eleitorado religioso que tradicionalmente votava no PT e agora está com Celso Russomanno (PRB).
O comitê de campanha de Haddad discute com o PT a inclusão de demandas das igrejas. O discurso ainda está sendo afinado entre a coordenação da campanha, que se reuniu ontem.
Petistas programam um encontro de Haddad com líderes do Conselho de Pastores e Ministros Evangélicos de São Paulo.
O candidato poderá ainda visitar a Expo Cristã 2012, que reunirá líderes religiosos e fiéis das diferentes igrejas pentecostais no centro de eventos do Anhembi, na zona norte, de 25 a 30 de setembro. Russomanno e José Serra (PSDB) confirmaram presença no sábado, dia 29.
Divisão
A estratégia junto aos evangélicos está sendo discutida a portas fechadas e divide o PT. Uma ala avalia que não há espaço disponível para avançar entre as igrejas evangélicas, muitas já comprometidas com as candidaturas de Russomanno, Serra e Gabriel Chalita (PMDB).
Segundo levantamento do Estado, as quatro maiores igrejas evangélicas já fecharam apoio a um dos três candidatos.
A Igreja Universal do Reino de Deus, ligada ao PRB, apoia Russomanno. Três alas da Assembleia de Deus também já escolheram seu candidato: A Convenção Geral apoia Serra; o Ministério Madureira pede votos para Chalita e o Ministério de Santo Amaro apoia Russomanno.
A Igreja Mundial e a Igreja Renascer estão divididas entre apoiar Serra e Russomanno.
Uma em cada cinco pessoas que tradicionalmente votam no PT é evangélica. Entre esses eleitores, segundo o último Ibope, 42% declaram voto em Russomanno, líder nas pesquisas.
Haddad tem mais que o triplo do tempo de televisão de Russomanno. Após duas semanas de programas, o Ibope apontou crescimento do petista de 9% para 16%. O resultado ainda está abaixo dos tradicionais 30% obtidos pelo partido na capital paulista.
O PT aposta que a intenção de voto em Haddad entre os evangélicos ainda deve crescer em função do horário eleitoral e da sua vinculação à imagem do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, da presidente Dilma Rousseff e da senadora e ex-prefeita Marta Suplicy.
Ontem, Haddad disse que a relação de sua campanha com as igrejas é norteada por três princípios: defesa do Estado laico, combate a qualquer forma de intolerância religiosa e realização de parcerias do poder público com o segmento comunitário, incluindo as igrejas.
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