Faltando poucos dias para a eleição, a pesquisa divulgada pelo Ibope nesta terça-feira (23) destacou que Jair Bolsonaro (PSL) estaria perdendo votos entre os evangélicos. O capitão tem apoio maciço nesse segmento.
Contudo, a pesquisa diz que ele perdeu sete pontos percentuais na preferência desse público em comparação com o levantamento anterior. Em 15 de outubro Bolsonaro tinha 66% nas intenções de voto e agora teria caído para 59%. Ao mesmo tempo, Fernando Haddad (PT), ganhou três pontos percentuais, subindo de 24% para 27% no último levantamento.
Haveria ainda um crescimento na porcentagem de brancos e nulos neste segmento, que subiu de 7% para 10%, os demais entrevistados “não sabem”.
Citando esse recorte, Haddad tentou argumentar que os evangélicos se sentiram “traídos” pelo que ele chamou de “mentiras contadas por Jair Bolsonaro”.
“O evangélico sabe o que é a palavra verdade, o significado que ela tem na Bíblia. E sabe também o significado da palavra mentira”, disse ele à imprensa. “Quando o meu adversário começou a mentir, os evangélicos se sentiram traídos. É isso que está impulsionando o voto evangélico”, sentenciou, usando uma formulação dúbia. Afinal, seu crescimento foi de apenas um ponto percentual, levando-se em consideração a margem de erro, que é de 2%.
Ao subir no palanque onde fez seu comício, novas provocações a Bolsonaro. Haddad defendeu Guilherme Boulos (PSOL), que estava ao seu lado. Prometeu “proteger” os movimentos como o MTST. No domingo, Bolsonaro disse que esse tipo de movimento será tratados como terroristas no seu eventual governo.
Mudança de discurso
Durante todo o primeiro turno Haddad não se preocupou em comunicar com os evangélicos. A maior parte dos pastores influentes vinham declarando apoio a Bolsonaro.
Essa faceta religiosa do petista é uma das muitas mudanças de discurso para o segundo turno, que incluíram alterações no seu plano de governo para retirar propostas que desagradam o eleitor mais conservador. Também passou a tentar desassociar sua imagem a do ex-presidente Lula, preso em Curitiba por corrupção.
Após uma missa no dia 12 de outubro, Haddad chamou Edir Macedo de “charlatão” e criticou o “fundamentalismo” que estaria por trás do crescimento de Bolsonaro, algo visto como uma ofensa a todos os pastores.
Por diversas vezes nas últimas semanas, o candidato do PT usou a imagem de evangélicos para tentar se fortalecer sua imagem junto a essa parcela da população.
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