Grupos extremistas muçulmanos no distrito de Bekasi, próximo a Jacarta, lançaram uma advertência para a Igreja Galileia: o fim das atividades religiosas. Isso, porque elas supostamente provocam a desarmonia entre os muçulmanos e promovem o proselitismo. Os líderes das igrejas protestantes indonésias responderam que as iniciativas de caridade que realizam não têm motivos escondidos e que as conversões verdadeiras devem vir do coração.
A Igreja Galileia está localizada em Taman Galaxy, no subdistrito de Jaka Setia, no sul de Bekasi. No dia 15 de fevereiro, mais de 16 movimentos fundamentalistas na área ordenaram que os fiéis parassem de cultuar e realizar ações de caridade. De acordo com um grupo muçulmano radical, os cristãos incitam a “discórdia” entre os muçulmanos e “escondem seus objetivos de proselitismo”. Murhali Barda, um líder da Frente de defesa Islâmica (FPI), acrescenta que a comunidade protestante não tem os documentos necessários para construir um templo.
Personalidades cristãs e muçulmanas de influência demonstraram preocupação quanto ao assunto e querem acalmar a população. Slamet Effendy Jusuf, um antigo político, líder do Comitê para o diálogo inter-religioso, declara que “a iniciativa feita pelos grupos extremistas é contra a lei” e os que os muçulmanos “devem ir à polícia” de tiverem alguma prova que demonstre que há realmente casos de conversão forçada. O pastor Gomar Gultom, secretário geral do Conselho de Igrejas Protestantes (PGI), confirma o apoio recebido para as ações de caridade, mas que as “conversões estão fora de questão”, porque a mudança de fé “deve vir do coração”.
Enquanto isso, a polícia nega as acusações de ineficiência em defender as comunidades cristãs que sofrem por causa dos extremistas. Falando em um debate público, o inspetor Soedjarwo afirmou que a reação da polícia não é lenta, e sim, de mente aberta, para impedir a violência em larga escala contra as minorias, principalmente contra os cristãos.
Confirmando esse clima de tensão, o Instituto Setara para a Democracia e Paz publicou um novo documento que mostra que, em 2009, houve mais de 200 casos de violações da liberdade religiosa.
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