Enquanto muitos estão comemorando a renúncia do presidente egípcio, Hosni Mubarak, alguns grupos de direitos humanos estão sendo mais cautelosos ao receber a notícia.
David J. Kramer, diretor-executivo da Freedom House, elogiou o povo egípcio por sua "notável força e perseverança" durante os últimos 18 dias de protestos antigovernamentais.
"A Freedom House comemora com eles como dar o primeiro passo no caminho para a reforma democrática," declara Kramer.
O vice-presidente do Egito, Omar Suleiman, anunciou na sexta-feira a renúncia de Mubarak em um comunicado curto emitido pela televisão estatal. Mohamend El Baradei, o egípcio premiado pelo Prêmio Nobel da Paz, elogiou o momento da história de seu país, dizendo: "Este país tem sido libertado."
A organização que vigia a perseguição, a Portas Abertas Estados Unidos, no entanto, não foi tão rápida em oferecer suas felicitações ao povo norte africano.
Dr. Carl Moeller, presidente da Portas Abertas Estados Unidos, expressou preocupações com o futuro dos 10 milhões de cristãos.
"Pelos dados das pesquisas recentes, se uma eleição fosse realizada amanhã, é bastante provável que os extremistas islâmicos tivessem um significativo - se não dominante - papel a desempenhar no novo governo," afirmou à Mission Network News.
E se isso vier a acontecer, a minoria cristã iria sofrer mais dificuldades do que eles já enfrentaram.
Moeller citou uma recente pesquisa do Pew Research Center, que revelou que 84% dos muçulmanos no Egito seriam a favor da pena de morte para quem deixar a religião muçulmana. Além disso, 95% de muçulmanos disse que é bom que o islã desempenhe um grande papel na política. Notavelmente, a maioria muçulmana no Egito disse que não acredita que há uma luta entre aqueles que querem modernizar seu país e os fundamentalistas islâmicos.
Alguns legisladores conservadores dos Estados Unidos expressaram preocupação de que a renúncia presidencial pudesse dar lugar a um estado islâmico radical.
"Temos também de instar a rejeição inequívoca de qualquer envolvimento com a Irmandade Muçulmana e outros extremistas que podem tentar explorar e roubar esses eventos para ganhar poder, oprimir o povo egípcio e fazer mal a relação do Egito com os Estados Unidos, Israel e outras nações," afirmou o deputado republicano Lleana Ros-Lehtinen (Flórida), em resposta às últimas notícias.
O presidente Barack Obama, que estava em uma reunião quando o anúncio histórico foi feito e declarou: "Este não é o fim da transição do Egito. É um começo."
"Tenho certeza que haverá dias difíceis pela frente e muitas perguntas continuam sem resposta. Mas estou confiante que o povo do Egito pode encontrar as respostas e pode fazê-lo pacificamente, de forma construtiva e no espírito de unidade que definiu estas últimas semanas", afirma.
Agora que a posição presidencial do Egito está vaga, Obama convoca os militares a entregarem uma transição "credível" que protege os direitos dos egípcios, levante a lei de emergência que impõe aos cidadãos os direitos civis, revise a Constituição do país e culmine em uma eleição de forma aberta e justa.
Mubarak deixou Cairo e foi para sua casa em Sharm el-Sheik, de acordo com o New York Times. Na declaração, Suleiman anunciou que o poder será entregue ao Conselho Supremo das Forças Armadas do Egito.
Líderes religiosos manifestaram a sua incerteza quanto o futuro do país e pedem oração aos cristãos que vivem dentro das fronteiras do país.
Clamando por oração, a arma número um durante este período transitório, Moeller disse: "Precisamos lembrar-nos da Igreja. Precisamos lembrar que os cristãos no Egito estão a ‘ferro e fogo.’ "Sua esperança está em Jesus Cristo e na Sua soberania, mas a realidade de nossos irmãos e irmãs no Egito é que enfrentam um futuro cada vez mais incerto."
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