Um grupo cristão criou uma campanha que pede aos líderes governamentais para proteger as minorias cristãs em países islâmicos.
Para o grupo, as dificuldades enfrentadas por esses cristãos não recebem a devida atenção numa época em que as controversas charges de Maomé trouxeram uma grande ênfase à proteção do islamismo.
A Fundação Barnabé, uma organização inglesa que trabalha entre os cristãos moradores de sociedades muçulmanas, diz que sua campanha, "O Direito à Justiça", pretende informar os governos ocidentais sobre a perseguição anticristã e pedir-lhes para pressionar os países onde o problema existe.
Uma petição será apresentada aos líderes dos governos ocidentais, requerendo que as minorias cristãs recebam um tratamento justo e igual ao das maiorias não-cristãs. Também pede pelo fim da discriminação institucional e religiosa, a qual nega aos cristãos direitos iguais e liberdade.
A petição, que circulará através das igrejas em todo o mundo e via internet nos próximos 12 meses, também incentiva os líderes a tocarem nesses assuntos com representantes de nações "onde os cristãos sofrem diariamente discriminação e injustiça".
A fúria causada com a publicação das charges na maioria dos jornais europeus fez com que os governos islâmicos pressionassem, de uma forma nunca vista, organizações internacionais, incluindo as Nações Unidas e a União Européia. Esses governos exigiam que elas agissem de modo a proteger as crenças islâmicas.
A Organização Conferência Islâmica (OIC), um grupo de 57 estados e territórios muçulmanos, quer que a ONU adote uma resolução da Assembléia Geral que proíbe a "difamação de todas as religiões".
A Organização também pediu para o parlamento europeu aprovar uma lei "contra a islamofobia" e também pediu à mídia européia para adotar um "código de ética" que lidasse com questões como liberdade de expressão no contexto da simbologia religiosa.
Os esforços da OIC já viram a inclusão de uma cláusula referente à importância de governos, da mídia e de outros "promoverem tolerância, respeito e liberdade pela religião e pela crença".
Algumas organizações não-governamentais que monitoram a ONU se preocupam que, caso os estados islâmicos sejam questionados pelas violações de direito no futuro, elas venham apelar à cláusula e acusar os críticos de desrespeitarem a religião.
Para a Fundação Barnabé, os cristãos estão sendo esquecidos enquanto toda a atenção está voltada aos muçulmanos. Ela diz que, "enquanto a proteção ao islamismo cresce na agenda de organizações nacionais e internacionais, a proteção ao cristianismo não cresce".
Patrick Sookhdeo, diretor internacional da Fundação Barnabé diz: "Queremos muito fazer uma mudança, dado que tais campanhas destacam e trazem à luz do conhecimento público a os sofrimentos da minoria cristã. Acreditamos que tal situação é intolerável e deve ser tratada".
Cristãos viram alvo, igrejas são queimadas
Em diversos países, os cristãos e seus símbolos foram diretamente atacados durante a revolta muçulmana por causa das charges.
O pior caso foi a Nigéria, onde igrejas foram queimadas e cristãos foram mortos no norte do pais, dominado por muçulmanos. Multidões muçulmanas ficaram revoltadas com as charges e com boatos de que um professor cristão havia profanado o Alcorão.
A violência estimulou represálias contra muçulmanos em diversos pontos do país, e mais de 100 pessoas das duas religiões foram mortas.
No Paquistão os cristãos também foram vítimas da ira islâmica. Lá, diversas escolas cristãs e um hospital cristão foram atacados. Cruzes foram incendiadas durante os protestos. No Iraque, explodiram pelo menos quatro igrejas.
As igrejas também foram alvo no Líbano, Síria e Líbia. Uma padre italiano foi morto a tiros na Turquia.
Na Nigéria, onde os muçulmanos somam 50% da população e os cristãos são 40%, o principal órgão cristão do país logo condenou a publicação das charges de Maomé.
Mas depois que a violência explodiu, a Associação Cristã da Nigéria emitiu uma declaração acusando alguns muçulmanos de usarem a questão para incentivar "um plano secreto" de transformar a Nigéria em um estado islâmico.
Em contraste com a Nigéria, os cristãos do Paquistão formam apenas 2% da população. Eles sofrem com uma lei discriminatória, que incluem leis de blasfêmia, penalizando com pena de morte qualquer um acusado de insultar o profeta muçulmano.
Os líderes cristãos paquistaneses abordaram o problema por um outro ângulo. Eles pedem aos seus compatriotas muçulmanos para não os associarem com os cristãos do ocidente.
"Somos paquistaneses antes de tudo", a Aliança das Minorias de Todo o Paquistão afirmou em uma reunião na terça-feira. Ela também criticou a publicação das charges e os ataques contra os cristãos.
Os líderes cristãos também puseram seus nomes na resolução de um congresso inter-religioso paquistanês, exigindo que o secretário geral da ONU, Kofi Annan, "preparasse e implementasse um sistema legal segundo o qual ninguém pudesse profanar a santidade do profeta Maomé, de Jesus, de Moisés, de Davi e de outros profetas". (Segundo a religião islâmica, Jesus, Moisés, Davi e outras personagens bíblicas eram profetas que anunciavam a vontade de Deus. Maomé foi o maior deles, sendo chamado de "selo dos profetas").
A resolução inter-religiosa também pediu que os envolvidos na publicação das caricaturas fossem punidos.
No dia 1º de março, 500 cristãos se encontraram, na cidade de Islamabad, ao sul, onde uma igreja protestante havia sido incendiada um dia antes. Esse foi o mais recente ataque contra cristãos das últimas semanas.
O jornal paquistanês "Daily Times" disse que alguns líderes muçulmanos expressaram solidariedade aos cristãos de Sargodha, a oitava maior cidade do país.
Abandonar o silêncio
No domingo, 26 de fevereiro, o Papa Bento XVI condenou toda a violência cometida em nome da religião, citando a violência na Nigéria e a destruição de uma mesquita xiita no Iraque.
Uma semana antes, o bispo italiano Rino Fisichella, disse ser "inaceitável" que governos e organizações internacionais não falassem contra o destino das minorias cristãs em terras islâmicas.
Citando a violência na Nigéria e em outros lugares, ele disse ao diário "Corriere della Sera" que "esses episódios acentuam como é difícil para a sociedade muçulmana aceitar o princípio da liberdade religiosa, que nos é um direito adquirido".
O bispo Rino disse que era hora de "abandonar o silêncio diplomático" e pediu à ONU e a outros órgãos para "lembrar a sociedade e os governos de países com uma maioria muçulmana de suas responsabilidades".
Segundo a Comissão pala Liberdade Religiosa Internacional dos EUA, dez dos 17 países com os piores registros de liberdade religiosa são islâmicos ou de maioria islâmica: Irã, Paquistão, Arábia Saudita, Sudão, Turcomenistão, Uzbequistão, Egito, Indonésia, Bangladesh e Nigéria.
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