O ataque mostra que existe uma deterioração da segurança no norte da Nigéria, de população predominantemente muçulmana, sobretudo desde que o presidente Goodluck Jonathan, que é do sul do país, de maioria cristã, assumiu o poder, em 29 de maio.
O Boko Haram está lutando para que seja aplicada no país a sharia (lei islâmica), incluindo uma proibição do consumo de álcool e também exigindo um Estado islâmico. O grupo islâmico ganhou destaque e é agora considerado a maior ameaça à segurança da Nigéria, por coordenar atentados em três cidades, após a posse do presidente Jonathan. Eles também assumiram a autoria de um atentado praticado em 16 de junho, na sede da polícia federal nigeriana em Abuja, a capital do país, em que atacaram líderes religiosos, políticos e soldados, segundo relatórios.
De acordo com a agência Reuters, os ataques ocorrem quase que diariamente em Maiduiguri, a capital do Estado de Borno.
O estado de Borno já está sendo governado pela lei da sharia, como outros 11 estados do norte da Nigéria. O governo da Nigéria deseja um diálogo com o Boko Haram, mas o grupo islâmico ainda não tem um líder que fale em seu nome. Seu ex-líder, Muhammed Yusuf, foi morto em 2009, quando estava sob custódia policial.
O Presidente Jonathan também endossou um esforço para que haja um cessar-fogo no Estado de Borno. Ele ofereceu anistia aos membros do grupo, para optarem por desistir da luta armada. O grupo decidiu iniciar a conversa com o governo impondo algumas condições, incluindo a continuação da sharia nos estados do norte do país, mas desistiu quando o chefe da polícia nacional disse que o grupo estava com os dias contados.
Os ataques de domingo coincidiram com o envio de tropas do governo para a cidade de Maiduguri para enfrentar a violência diária da região. Um relatório sobre a crescente violência no norte do país diz que o grupo tem milhares de adeptos e, por esse motivo, a segurança foi aumentada em Maiduguri, pois tem população polarizada.
O Boko Haram, que significa “cultura ocidental pecaminosa”, costumava existir à margem da sociedade muçulmana da Nigéria, mas a pobreza e a educação ruim tem têm aumentado a influência do grupo no norte do país, que possui ideologia islâmica extremista.
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