Em nota publicada em 27 de julho, o Departamento de Assuntos Políticos e a Administração Regional do al-Shabaab anunciou a abertura de um “Escritório Supervisor de Agências Estrangeiras”. O propósito desse escritório é coordenar o trabalho de organizações não governamentais (ONGs) e de agências estrangeiras.
O al-Shabaab é um grupo que atua na Somália, e que tem fortes laços com a al-Qaeda.
Na nota, o al-Shabaab ordena todas as agências estrangeiras que operam no país a contatar o novo Escritório em sua região para se conscientizar das condições em que terão de operar na Somália.
O al-Shabaab alerta que as organizações cujo trabalho for considerado ser contra a população muçulmana, ou contra o estabelecimento de um Estado islâmico, serão fechadas imediatamente e “tratadas de acordo com as provas encontradas”.
A nota também anunciou o fechamento do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), do Departamento de Segurança da ONU e do Escritório Político da ONU para a Somália. O grupo considera tais agências como “inimigas do islamismo e dos muçulmanos”, pois estariam trabalhando contra os muçulmanos somalis e em oposição a um Estado islâmico no país.
Além disso, o al-Shabaab disse ter provas de que essas agências treinam e apoiam o governo de transição “apóstata” do presidente Sharif Ahmed e suas tropas.
No dia 20 de julho, o escritório do PNUD em Nairóbi publicou uma nota acusando o al-Shabaab de saquear sua propriedade nas cidades somalis de Baidoa e Wajid. Segundo a nota, soldados do grupo roubaram equipamentos e um veículo. Assim, a agência de notícias anunciou que realocará sua equipe e suspenderá as operações em Baidoa. Por Wajid ser mais segura, o PNUD disse que vai continuar no local, apesar do saque.
Mas não foram só as agências da ONU as afetadas pela resolução do al-Shabaab. Duas agências norte-americanas já foram fechadas. Foram encontradas provas de que essas duas organizações participavam de atividades contra o islamismo, de espionagem e de participarem do assassinato de um xeique.
Ainda não está claro como essas decisões irão afetar o trabalho humanitário na Somália. Mas está evidente que o al-Shabaab se considera a autoridade real da nação, afirmando ter recebido uma ordem divina de governar o país.
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