Segundo a nova legislação, quem pregar ou tentar persuadir os outros a mudar de religião poderá cumprir até cinco anos de prisão e receber uma multa de 50 mil rúpias nepalesas (cerca de US$ 700).
O ministro da Justiça do Nepal, Prabhu Sah, nega que a lei tenha como principal alvo os cristãos do país. “A lei não é contra os cristãos que querem fazer trabalhos e servir ao país, mas contra a imposição do cristianismo”, disse ele.
No entanto, o líder do grupo protestante Nepal Christian Society, Isu Jang Karki, é totalmente contra a nova proposta de lei, dizendo que “as acusações que foram feitas sobre conversões forçadas são falsas.”
Livre Escolha
Os cristãos nepaleses têm sustentado a ideia de que a Bíblia é clara, pois diz que a fé em Jesus Cristo é uma escolha livre e pessoal.
A proposta de lei vem logo após a decisão do governo do Nepal de abolir o hinduísmo como religião oficial do país. Sendo assim, a nação de cerca de 30 milhões de pessoas tornou-se um estado secular desde 2007, depois de séculos de uma monarquia absolutista hindu.
Sob uma constituição de transição, com o apoio das Nações Unidas, o proselitismo já é proibido, mas todos os cristãos nepaleses “são livres para expressar sua fé”, inclusive através do trabalho missionário e de caridade.
Analistas dizem que a instabilidade política e econômica recente, causada pela luta pelo poder entre os partidos seculares, fortaleceu movimentos hindus no Nepal, que buscam a restauração da monarquia e querem deter as conversões.
Apesar da pressão feita pelo Estado, os líderes das igrejas e os missionários disseram que milhares de hindus se converteram ao cristianismo desde a queda da monarquia, em 2007.
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