Charles L. Glenn, que é professor emérito na Universidade de Boston, explica quais são as vantagens das escolas confessionais em relação às escolas laicas. Ele acredita que todos os governos deveriam apoiar essas instituições, como já ocorre em muitos países.
O pesquisador defende que escolas com perfil religioso podem ser muito mais consistentes em relação à sua missão educacional. Isso porque, segundo ele, não precisam satisfazer todos os pais.
Outro ponto que destacou, em entrevista à Gazeta do Povo, é que no século 19 e começo do século 20, as escolas se preocupavam em “formar cidadãos” e tinham objetivos de instrução modestos, além de altas expectativas educacionais.
Neutralidade das escolas públicas
Glenn também é membro do Comitê Consultivo do Estado de Massachusetts para a Comissão Americana de Direitos Civis. Ele conta que por medo dos totalitarismos do século 20, as escolas públicas se tornaram neutras, mas de forma excessiva.
“As únicas [escolas] que mantiveram uma busca pela formação do caráter e o ensino do mínimo de valores para viver de forma saudável em sociedade foram as instituições de ensino vinculadas a alguma religião”, justifica.
Atualmente, a educação (ensinar valores e formar caráter), se tornou uma mera retórica por uma série de motivos. “Reação pós-guerra contra doutrinação em regimes fascistas e comunistas, pluralismo radical de normas culturais e sexuais, medo de críticas sobre ‘insensibilidade’ e expectativas muito mais altas de resultados em desempenho”, disse.
Sendo assim, a escola pública não apresenta ensino adequado para que os alunos tenham vida com princípios na família e na sociedade.
Escolas confessionais
Por outro lado, as escolas vinculadas a igrejas apresentam muitos pontos positivos. “Elas podem insistir que os professores compartilhem os valores que a escola está buscando promover entre os estudantes, enquanto as escolas laicas não podem”, garante.
“Devo acrescentar que esse cenário pode se dar ainda em escolas particulares sem um perfil religioso explícito, mas com foco pedagógico forte”, citou. O especialista acredita que essa realidade também pode acontecer em escolas públicas, desde que contem com políticas que permitam uma missão educacional específica e escolha parental.
Governos deveriam investir em escolas confessionais
Essa é a opinião de Glenn. “Na maioria das democracias ocidentais, o governo oferece verba pública para escolas com perfil religioso, de acordo com o número de famílias que as escolhem”, revela.
Ele conta que as disposições para que isso ocorra são diversas. “Eu e meu colega belga Jan De Groof publicamos um trabalho sobre 65 sistemas educacionais nacionais, incluindo o Brasil, que é particularmente complexo”, disse.
Em alguns países, como Canadá, Estados Unidos e Itália, as disposições para apoiar escolas confessionais variam entre estados e províncias, enquanto que em outros essa é uma questão de política nacional.
Na França, Espanha e Portugal, por exemplo, o governo estabelece contratos com essas escolas, enquanto nos Países Baixos, Austrália e outros países elas são financiadas com base em atender os padrões do governo. Também há alguns países que não oferecem apoio público a essas escolas.
Questionado sobre a possibilidade de uma escola confessional ser “secularizada” caso o governo esteja envolvido, o professor lembrou que a Universidade de Harvard, por exemplo, recebeu financiamento público, mas não perdeu seu caráter religioso.
“Acredito que escolas que são muito claras sobre o que elas representam têm uma boa chance de manter sua identidade distinta. Isso realmente depende do que a escola faz, não do que o governo faz”, conclui.
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