O empregado de uma livraria cristã no Egito foi submetido a um interrogatório policial na última segunda-feira, 17, depois de ter sido detido durante o fim de semana por forças de segurança que também confiscaram livros, discos e exemplares de um jornal cristão.
Jan Fletcher, diretor executivo da ONG “Defensores dos Perseguidos”, disse que a detenção ocorreu um dia depois que Mohammed Hegazy entrou na livraria, aparentemente para comprar livros.
Hegazy é o primeiro muçulmano egípcio convertido a solicitar ao Tribunal Administrativo do Egito a mudança de sua afiliação religiosa no cartão de identidade nacional dele.
A petição dele foi negada pelo juiz Muhammad Husseini, em janeiro, que considerou ser contra a lei islâmica um muçulmano deixar o islamismo (leia mais).
Loja Cristã de Livros do Nilo
Shenouda Armia Bakhait foi detido no sábado, dia 15 de março, depois que a polícia invadiu "violentamente" a Loja Cristã de Livros do Nilo, no Cairo.
O líder da União de Mocidade Cristã Egípcia (ECYU, sigla em inglês), correu ao local e disse que dois oficiais seniores e oito policiais encapuzados "invadiram violentamente" a loja ao meio-dia sábado.
"O senhor Shenouda foi interrogado por mais de cinco horas pelo promotor e presidente do tribunal”, disse o presidente da ECYU, David Joseph, cujo nome egípcio é Nagy Atia, em uma declaração.
Joseph disse que, com base na lei egípcia, o funcionário da livraria deveria ter sido solto imediatamente, sem sofrer nenhuma lesão física. Se houvesse alguma base para a acusação, ele poderia ter sido mantido detido por quatro dias, tempo que permitiria uma investigação.
Contudo, diz ele, os interrogadores o detiveram durante a noite, com planos para continuar o interrogatório no dia seguinte. "Eles também pediram um relatório ao Escritório de Segurança Nacional egípcio sobre as atividades do senhor Shenouda e da livraria cristã.
Autoridades egípcias alegaram que poderiam deter o senhor Shenouda por até 40 dias, sem acusações, com base nas"leis de emergência do Egito”, disse Joseph.
Não se sabia nada sobre o paradeiro do senhor Shenouda até a libertação dele, no dia 17 de março.
A Loja Cristã de Livros do Nilo abriu em 2006 em um local que foi a primeira livraria do Cairo, em 1890. Cristãos reclamaram da pressão crescente de militantes islâmicos sobre os cristãos nessa nação que é predominantemente muçulmana.
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