O dia era terça-feira, 2 de abril de 2002. O cenário era um dos pontos mais visitados por peregrinos à Terra Santa: a Igreja da Natividade e suas cercanias, situadas nas ruas de Belém no território palestino. Logo de madrugada e mais um confronto acontecia entre israelenses e palestinos.
Tropas, tanques de guerra e armamento pesado compunham uma paisagem antinatural ao lugar. Aquele confronto era mais um capítulo da "intifada" - levante - organizada pelos palestinos em represália a ações dos israelenses.
Subitamente, o grupo palestino se vê cercado e não titubeia: invade a igreja. Os monges franciscanos e os sacerdotes da igreja ortodoxa grega, que compartilham o templo, se vêem, ao mesmo tempo, abismados, ultrajados, amedrontados, perplexos... Mas têm de lidar com aquela realidade.
Em 10 de maio de 2002, 38 dias depois do início daquele conflito, chegava-se a uma solução diplomática: os militares israelenses se retirariam, e depois os palestinos sairiam da igreja. Alguns dos palestinos foram deportados e outros tiveram de deixar a região de Belém.
O mundo todo tinha ficado consternado pelo acontecimento. As agências de notícias não passavam um dia sequer sem ter relatos novos, as tentativas de negociação, o "tocador do sino" que foi morto por um tiro de fuzil, civis que tinham se achado de maneira involuntária no meio do conflito e a angústia de suas famílias, tudo era motivo para notícia.
Muita coisa do que se viveu dentro da igreja durante aqueles dias veio à tona, como os sentimentos dos militares e dos militantes palestinos, dos já referidos civis e, também, dos clérigos. Entre esses últimos, chama atenção o caso do frade franciscano Taym*.
Enquanto saía, protegendo os olhos da luz que não via há 38 dias, era abraçado por seus confrades e dizia que como franciscano tinha mesmo de ter permanecido. Em primeiro lugar, porque essa ordem é um dos grupos incumbidos de cuidar da Igreja da Natividade.
Mas, mais importante, ele disse que os ensinos cristãos tinham lhe preparado para fazer tudo o que pudesse para evitar que pessoas deixassem que o ódio as guiasse à violência e à vingança. "Eu penso que nossa presença e nossas orações evitaram mais mortes a ambos os lados em luta, as orações evitaram que a igreja assistisse a um banho de sangue", disse frei Taym.
E disse mais: "Acho que há algo sobrenatural nisso tudo. Mesmo que a presença cristã esteja se esvaindo na Terra Santa, penso que esses dias mostraram o quanto é importante perseverar... Todos os clérigos que estavam dentro da igreja manifestavam a mensagem de Jesus a quem a quisesse perceber..."
Há muito que se pode dizer para caracterizar o remanescente cristão no Oriente Médio, em particular, em Israel e Palestina, mas, à medida que se aproxima o lançamento de "Força da Luz", é importante exemplificar o comportamento desse remanescente, pois é este o tema do livro: como este corpo debilitado pode ser a força da luz. Nesse sentido, o relato de como os cristãos se comportaram durante a tomada da Igreja da Natividade por militantes palestinos foragidos e soldados israelenses constitui-se numa amostra clara daquilo que se almeja para o Corpo de Cristo naquele lugar. É isso que esperamos e é por isso que intercedemos.
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