Unidos vêm forçando os jihadistas do Estado Islâmico (EI) a abandonarem as áreas controladas por eles desde 2014. Ainda que o fim da guerra pareça longínquo, testemunhos de cristãos que demonstraram coragem e fé vem sendo divulgados com certa frequência.
Agora vivendo em Erbil, algumas estudantes cristãs enfrentaram os horrores que viveram em um alojamento estudantil em Kirkuk na semana passada, quando mais de 70 soldados do EI invadiram a cidade. Elas viviam no local, mantido pela Igreja Católica da Caldéia e acreditavam que seriam as primeiras vítimas dos extremistas.
A cidade de Kirkuk, a 170 km de Bagdá, é rica em petróleo e atraiu a atenção do EI, que fez um ataque surpresa na tentativa de frear o avanço da coalização que está nos arredores de Mosul. Os combatentes curdos não conseguiram evitar que os jihadistas, mais numerosos e com armamento mais potentes, tomassem o lugar.
Segundo as estudantes, a campanha de terror começou quando os homens carregando suas bandeiras negras, empunhando lançadores de foguetes e vestindo coletes suicidas, gritaram pelo alto-falante: “O Estado Islâmico assumiu o controle.”
Elas calculam que cerca de 75 civis e membros da guerrilha curda foram mortos, além de pelo menos uma dezena de terroristas do EI. Mais de 100 civis sofreram ferimentos graves. Curiosamente, pelo menos 15 soldados do sexo masculino usando burcas – traje islâmico feminino – mas com coletes suicidas por baixo, se misturavam entre a multidão.
Logo no início do combate, Rand Leith, 21 anos, se escondeu debaixo de uma cama com várias outras alunas enquanto foguetes de artilharia explodiam perto de sua casa nas primeiras horas da manhã de sexta-feira passada. Estudante de medicina, em 2014 ela fugira da cidade cristã de Qaraqosh, quando esta foi capturada pelo EI.
Os pais de Leith foram para a França meses atrás, mas ela permaneceu no Iraque tentando acabar o curso de medicina. A estudante recorda que quando começaram a ouvir os gritos de “Allahu Akhbar” na frente do alojamento, a pessoa responsável pelo local mantido pela igreja caldeia, mandou que todas se escondessem. Sete alunas moravam no local.
A cristã Monaly Najeeb, que estava em outro alojamento nas proximidades, também se escondeu com outras estudantes. Foram para debaixo das camas quando ouviram os soldados do EI entrar no local. Elas conhecem bem os relatos de mulheres que caíram nas mãos deles, indo desde tortura, passando por estupro e chegando a execuções públicas.
O padre Ammar, que estava em outro ponto da cidade se diz aliviado. Ele lembra que recebeu uma mensagens de texto das meninas, pedindo que ele fosse buscá-las: “Foi um milagre. Nós rezamos muito e Deus respondeu”.
“Foi um milagre que não nos viram”, ecoa Monaly. A maioria dos homens andou pela casa, mas saiu pouco tempo depois. Apenas um soldado ficou, detonando seu colete suicida no banheiro. O prédio ficou abalado, mas nenhuma estudante ficou ferida. Quando isso ocorreu elas já tinham corrido para fora, saindo pela porta dos fundos.
Questionada sobre a fuga improvável, a mãe de Najeeb, Layla Aziz, disse apenas: “Foi um milagre, a mão de Deus as ajudou”.
Kirkuk ficou poucas horas sob o comando dos jihadistas. Na última sexta-feira, o exército iraquiano tomou a cidade e resgatou os civis, incluindo as estudantes. Muitos jihadistas foram mortos e os sobreviventes fugiram para Mossul. Com informações de Christian Headlines e Christian Today
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