Uma cristã paquistanesa, seqüestrada e vendida em casamento, continua a orar pela volta de seus filhos desaparecidos, mesmo ela escolhendo começar uma segunda família.
Quase dois anos depois que seus filhos foram seqüestrados pelo pai muçulmano, Maria Samar John não desistiu de reencontrar Joshua e Miriam, agora com 7 e 5 anos de idade. Mas ela também não desistiu de começar uma nova vida.
Em março, Maria se casou com um funcionário do abrigo de mulheres, no qual ela vivia desde que fugiu do casamento forçado, há cinco anos e meio. Ter se casado com Basharat Masih e continuar a aprender costura e bordado tem deixado ela feliz, disse Maria à agência de notícias Compass.
"Estou feliz, mas a ferida que tenho por causa dos meus filhos nunca será completamente curada até que eles voltem."
Os funcionários do Centro para Assentamento e Ajuda Legal (CLAAS, sigla em inglês), abrigo onde Maria mora, disseram ao Compass que eles incentivaram o casamento.
"No fim, temos que ajudasa se recuperarem de seu trauma", um membro da equipe do CLAAS disse. "Você deve começar uma nova vida com um novo parceiro que a entenda, que conheça as coisas pelas quais você passou."
Agora com 26 anos, Maria foi seqüestrada por um parente muçulmano e vendida como noiva quando ela tinha apenas 17 anos. Seu marido, Abdul Gaffar, e as sete irmãs dele, forçaram Maria a fazer orações muçulmanas e a ler o Alcorão. Maria se recusou, preferindo, em vez disso, aceitar as agressões.
Grávida de Miriam, Maria escapou finalmente com Joshua em 2000 e ganhou o divórcio com a ajuda dos advogados do CLAAS.
Abdul seqüestrou as crianças em setembro de 2004, roubando-as dos cuidados da corte durante um julgamento pela custódia deles. Foi emitido um mandado de prisão para Abdul, mas, 21 meses mais tarde, o paradeiro das crianças e de seu pai permanece desconhecido.
"Eles continuam foragidos", um advogado do CLAAS disse ao Compass. "A polícia não está fazendo nenhum esforço para os encontrar porque ela não quer que as crianças sejam criadas em uma atmosfera cristã. Querem que elas cresçam com seu pai em uma atmosfera muçulmana."
Conexões militantes
As ligações de Abdul com o grupo militante islâmico Sipah-e-Sahaba tem levantado temores de que o tribunal seja pressionado a conceder-lhe a custódia das crianças. Um advogado cristão se recusou a aceitar o caso de Maria quando ele descobriu os laços militantes de Abdul.
Sabendo que seus filhos podem, algum dia, viver com seu pai muçulmano, Maria disse que ela tinha medo de lhes ensinar o cristianismo. "No começo, eu sentia que teria que criar meu filho como um muçulmano porque eu iria ", Maria conta.
A fé para criar seus filhos como cristãos cresceu aos poucos. Alguns dias antes do seqüestro deles em 2004, Maria havia dito ao Compass: "No abrigo, dia a dia, eu ganho força para crer que essas crianças podem ser criadas como cristãs, em nossa fé".
Agora parece que há pouca chance de Maria poder de novo educar seus filhos em sua fé.
"Não acredito que haja esperança em reaver as crianças", um advogado do CLAAS disse ao Compass. "Não tem havido progresso neste caso, então, no futuro, não acho que haverá algum."
Começando uma nova família, Maria diz que ela aprendeu a confiar em Deus o destino de suas crianças.
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