Uma das principais atrações da Flip, o biólogo Richard Dawkins tornou-se uma celebridade – e um guru – numa guerra importante, que opõe, em pleno século XXI, razão versus fé. No ano em que se comemoram os 150 anos de “A Origem das Espécies”, de Charles Darwin, Dawkins representa uma das vozes mais ativas no combate ao criacionismo, a noção que explicações religiosas podem nos ajudar a entender a origem do mundo.
Dawkins participará da Flip em um encontro mediado pelo jornalista Silio Boccanera sobre o tema “Deus, um Delírio”, título de um de seus livros mais famosos e polêmicos (lançado no Brasil pela Companhia das Letras, em 2007). A Feira Literária de Paraty é também uma oportunidade para o lançamento, por aqui, de outro livro de Dawkins, “A Grande História da Evolução”, no qual o autor sublinha a importância de Darwin.
Em entrevista a “O Globo”, publicada no sábado (27 de junho), Dawkins expõe claramente as duas linhas de sua batalha pública. De um lado, ao fazer uma defesa feroz do ateísmo, combate o que chama de “muito do mal do mundo”, atribuído à religião. “Não acho que haja nada de errado em ser radical em busca da verdade. Eu busco provas científicas. Busco provas para explicar por que o Universo é como é – é isso que me interessa”, diz.
Na outra frente, está engajado numa cruzada de cunho educacional junto a leigos, no esforço de desmontar os argumentos usados por criacionistas espalhados pelo sistema educacional. Em reposta a “O Globo”, que pergunta o que há de poderoso nos argumentos criacionistas, a resposta de Dawkins é curta e grossa: “A ignorância da população”. E acrescenta: “As pessoas, em geral, não sabem nada sobre a evolução”.
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