Quando as famílias de três estudantes cristãs que foram decapitadas, em Poso, apertaram as mãos dos suspeitos que estão sob julgamento, Hasanuddin, Lilik Purnomo e Irwanto Irano, como forma de perdão, muitos elogiaram a atitude e muitos repudiaram.
"Recebi mensagens de alguns companheiros cristãos em Poso nos criticando, dizendo que não deveríamos ter feito isso", afirmou Hernius Morangki , pai de uma das vítimas, Theresia.
Ativistas dos direitos humanos, tais como a Comissão Nacional de Violência Contra a Mulher, temiam que essa atitude pudesse interferir no andamento do julgamento em Jacarta.
"Se fosse para haver qualquer tipo de reconciliação, era para ser feita depois que o julgamento tivesse terminado. Estamos muito preocupados que a reconciliação irá atrapalhar o processo jurídico de se fazer justiça às famílias das vítimas", afirmou o chefe da instituição, Kamala Chandrakirana, em uma entrevista coletiva.
Apenas recentemente, as famílias de Theresia, Alfita e Yarni foram de Poso para Jacarta. Elas tiveram de comparecer ao tribunal para testemunhar contra os réus.
Os familiares também foram com outra missão: serem embaixadores da paz. David Malewa, que estava representando sua irmã, Noviana Malewa (a única que sobreviveu ao ataque), afirmou: "Foi muito difícil para nós atender ao pedido de um dos suspeitos para nos encontrarmos. Mas, como cristãos, devemos perdoar aqueles que nos perseguem". E ainda acrescentou: "Apoiados nos ensinamentos de Jesus, podemos perdoar. Realmente esperamos que esse gesto marque o começo da restauração da paz em Poso".
Encontro amigável com Portas Abertas
Foi durante a estada da família em Jacarta que a equipe da Portas Abertas teve o privilégio de conhecer e ter um encontro amigável com eles.
Os parentes que estavam presentes no encontro eram o pai de Teresia, a mãe e a irmã de Alfita e os pais de Yarni. Noviana Malewa também estava presente com suas colegas de classe, Arce e Yeserian.
"Na verdade, Arce e Yeserian estavam andando com as outras meninas naquele dia trágico. Mas, no meio do caminho, elas pararam em uma lojinha para comprar amendoim", revelou David. Se elas não tivessem parado, elas também poderiam ter sido atacadas.
Algumas das famílias compartilharam as tristes lembranças do dia em que souberam que suas filhas tinham sido brutalmente assassinadas.
"Cada vez que ouvia que cristãos são mortos ou atacados em Poso, meu coração era tomado pela raiva", afirmou o pai de Yarni, " Mas quando minha própria filha se tornou vítima, meu coração ficou, estranhamente, firme: eu tinha paz dentro de mim. Tenho certeza de que isso foi obra do Espírito Santo. Deus tem um plano em tudo isso".
Quando chegou a vez do pai de Theresia falar, ele reconheceu uma pessoa da equipe da Portas abertas e disse: "Eu me lembro de você. Você nos visitou em Poso, pouco tempo depois do incidente".
Foi uma reunião repleta de lágrimas. Alguns choraram enquanto compartilhavam os depoimentos pessoais. Entretanto, mesmo enquanto as lágrimas eram derramadas, não havia um clima melancólico. Um espírito de esperança e submissão tomou conta da sala. Ninguém havia perdido a fé em Deus.
A mãe de Alfita, uma idosa frágil, fez uma viagem difícil de Poso a Jacarta. Ela comentou: "Eu perdoei quem fez isso. Apenas orei para que eles se dêem conta do que fizeram. Também pedi a Deus que os perdoasse". Falar de Deus parece ter recarregado as energias dela.
Esse incidente lhe causou um trauma imenso. Ainda assim, ela teve coragem para seguir em frente e ver o local onde tudo aconteceu. Ela não sentiu rancor de Deus: "Não, não. Não tenho coragem . Ele é soberano de todas as vidas", disse com firmeza.
Julgamento em andamento
No dia 27 de novembro, vários dias após o encontro entre os familiares das vítimas e da Portas Abertas, a audiência de Hasanuddin foi feita, novamente, no tribunal local de Jacarta.
Pela segunda vez, os parentes testemunharam no tribunal. Foi pedido a Noviana que contasse como foi o incidente. Juízes e promotores perguntaram a ela questões que destacavam o terror causado pelos agressores.
"Após um mês de internação no Hospital de Poso, me mudei para Tentena e fiquei com meu irmão. Tive medo de voltar para Poso desde a agressão", respondeu Noviana.
Os promotores apresentaram provas diante do júri: dois facões, as roupas e acessórios usados pelas garotas no dia do ataque. Noviana reconheceu as provas, mas se recusou a tocar nos pertences de suas amigas.
"Ela mal podia agüentar mais quando pediram a ela que confirmasse as fotos de suas amigas decapitadas. As lembranças dolorosas voltaram à tona", comentou David. (A Portas Abertas promove uma campanha de cartas para Noviana. Clique aqui para participar.)
As fotos e a reconstituirão da decapitação foram anexados a um documento de mais de mil páginas.
Hasanuddin foi acusado sob a lei de terrorismo. Se considerado culpado, ele pode pegar pena de morte. Ele teve a assistência de dois advogados da Equipe de Advogados Muçulmanos (TPM, sigla em inglês).
As famílias das vítimas esperam ver o julgamento dos autores do crime?
"Claro. Acredito que a lei deve ser preservada. A ausência da lei é como um trem correndo fora dos trilhos: mais cedo ou mais tarde, entra em colapso", respondeu o pai de Theresia em um tom ameno. "Mas é bom ressaltar que o processo jurídico cabe ao Estado. Nossa parte é de perdoar."
Pedidos de oração:
Pelas famílias - Ore para que a resposta delas se torne um modelo para as comunidades cristãs e muçulmanas em Poso. Continue orando pelo consolo e pela força de Deus enquanto eles se recuperam do luto pela morte de suas filhas.
Por Noviana Malewa - Continue orando pela cura espiritual dela enquanto ela se recupera do trauma causado pela agressão. Ore também pelo irmão dela, David, que toma conta dela.
Pelo julgamento - Ore para que a justiça prevaleça. Ore também pelos policiais, juízes e promotores que estão lidando com o caso para que eles tenham temor a Deus em seus corações.
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