Um jornalista que trabalhou no Facebook revelou recentemente que a direção da rede social constantemente censura notícias de conteúdo conservador e/ou de direita, através de um mecanismo que impede que a publicação apareça na timeline dos demais usuários.
A empresa de Mark Zuckerberg possui, de acordo com o ex-funcionário, possui uma equipe denominada “curadores de notícias”, que selecionam o que deve ser exposto aos usuários de forma automática em suas páginas iniciais, que apresentam as atualizações mais recentes. Dessa forma, notícias do interesse do público cristão, por exemplo, têm sua repercussão natural entre os usuários prejudicadas.
Segundo informações do Gizmodo, “vários ex-curadores de notícias reconheceram que eles eram instruídos a “injetar” artificialmente publicações pré-selecionadas para o módulo de notícias de tendências, mesmo que elas não fossem populares o suficiente para justificar a inclusão”, gerando uma manipulação dos usuários.
Alguns desses profissionais afirmaram que eram orientados a não incluírem notícias sobre o próprio Facebook entre as tendências de leitura, para evitar que os usuários tivessem contato com informações sobre a rede social, como essa, por exemplo.
“Em outras palavras, seção de notícias do Facebook funciona como uma redação tradicional, refletindo os preconceitos dos seus trabalhadores e os imperativos institucionais da corporação”, comentou Michael Nunes, jornalista do Gizmodo.
O ex-funcionário pediu anonimato por temer retaliações e se identificou como alguém de pensamento político conservador, e revelou que muitos dos profissionais contratados para a função são selecionados entre jornalistas formados em universidades que possuem postura alinhada com as práticas institucionais da empresa.
A suspeita sobre a censura do Facebook é tema recorrente entre profissionais da área de mídias sociais, e também de alguns usuários com grande número de seguidores. Há pouco menos de um ano, a rede social censurou postagens do pastor Marco Feliciano (PSC-SP) que criticavam a manifestação de um transexual durante a Parada Gay em São Paulo.
À época, Feliciano anunciou que processaria a empresa: “O Facebook censurou algumas postagens feitas na página oficial do pastor Marco Feliciano, excluindo publicações sem prévio aviso, bloqueando fotografias e impedindo que as denúncias feitas aqui sejam compartilhadas. Os Padrões de Comunidade do Facebook não são mais importantes que a Constituição brasileira, que garante o direito de livre expressão, também estabelecido pelo Marco Civil da Internet”, informou a assessoria do pastor.
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