Líderes somalis e internacionais manifestaram sua reprovação ao ataque suicida ocorrido em 27 de julho em um complexo residencial de funcionários da embaixada da Turquia, localizado no distrito Hodan de Mogadíscio. O ataque matou um guarda turco, um transeunte somali, e deixou muitos feridos. O grupo rebelde somaliano Al Shabaab assumiu a autoria do ataque, em que um carro carregado com explosivos chocou-se contra os portões da residência turca. Três militantes do Al Shabaab, incluindo o motorista do carro-bomba, também foram mortos.
Pouco antes do ataque, o grupo Al-Shabaab postou uma série de mensagens no Twitter prometendo dar início ao que chamaram de "Ofensiva Ramadã" na segunda metade do mês muçulmano de jejum, que termina ainda essa semana.
"Ramadã é um mês de Jihad e sacrifício. É o momento de observar os atos mais justos e oferecer gratidão a Alá por suas bênçãos", diz uma mensagem. "E que forma melhor de guardar o ramadã e oferecer gratidão a Alá do que golpear os pescoços dos invasores e destruir suas forças!"
O grupo conta que na primeira metade do jejum seus combatentes teriam realizado mais de 100 ataques, principalmente na capital Mogadíscio e em seus arredores. A estes se incluiriam 57 explosões, 41 confrontos diretos e emboscadas, nove assassinatos direcionados e um ataque suicida contra um comboio da Missão da União Africana para a Somália (AMISOM) em Mogadíscio no dia 12 de julho, no qual alegam ter ferido oficiais da inteligência americana.
Majid Ahmed, repórter do website Sabahi do Comando dos Estados Unidos para África, duvida que o número real seja tão alto quanto o declarado pelo grupo. Ele especula que o grupo esteja tentando mostrar-se mais unido do que realmente é.
O governo federal da Somália foi instaurado em 2012 com o apoio da comunidade internacional, após décadas de anarquia. No entanto, o governo do presidente Hassan Sheikh Mohamud continua lutando para tomar o controle completo das mãos do Al Shabaab que continua a manter pequenos grupos, principalmente no sul do país. O presidente reiterou o seu apelo aos combatentes do Al Shabaab para que cessem as lutas e aceitem a anistia oferecida pelo governo.
Personalidades religiosas, líderes comunitários e cidadãos somalis têm condenado a campanha de violência do Al Shabaab contra seus irmãos muçulmanos durante o ramadã.
A Somália está em 5 º lugar na Classificação de países por perseguição, e está entre as nações onde os cristãos enfrentam extrema perseguição.
"Por favor, lembrem-se de orar pelos muitos cristãos secretos da Somália. Embora o Al Shabaab seja uma ameaça para a sociedade em geral, esses cristãos secretos correm maior risco. Durante o ramadã eles enfrentam pressões não só do Al Shabaab, mas de toda a sociedade. Muçulmanos zelosos espiam os vizinhos para ver qual o nível de sua participação nos jejuns. Uma suspeita de abandono do rebanho islâmico pode trazer conseqüências terríveis. A nossa oração é para que, em meio a esses desafios, Deus esteja trabalhando na vida do povo somali e que muitos se cheguem a ele com fé. Oramos para que Deus se manifeste fortemente na Somália", diz um colaborador da Portas Abertas.
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