O atentado suicida de uma igreja na Java Central, Indonésia, em 25 de setembro, apontou que não há só um novo nível de ataques a minorias religiosas no maior país muçulmano do mundo, mas também para uma inclinação política que acomoda o extremismo islâmico.
“A radicalização dos ensinamentos islâmicos é um problema na Indonésia”, admitiu o Dr. H. Nasaruddin Umar, diretor-geral da Comunidade Islâmica de Orientação do Ministério de Assuntos Religiosos. “Há uma necessidade de voltar a explicar o conceito de jihad.”
Pino Damayanto, que se explodiu ferindo mais de 20 membros da Igreja Betel do Evangelho Pleno, em Solo, no dia 25 de setembro, acreditava que seu dever religioso era ‘matar os inimigos do Islã’.
O porta-voz da polícia ligou o atentado terrorista suicida a um grupo terrorista que foi fundado pelo extremista Abu Bakar Bashir. Bashir está preso, acusado de terrorismo. Bashir é muito conhecido no departamento de segurança dos EUA. Ele é visto como o próximo líder da Al Qaeda.
Com a falta de interesse do governo, o extremismo tem crescido vertiginosamente desde a queda do regime autoritário do presidente Suharto, em 1999, que mantinha os grupos radicais sob controle.
Um cristão local, antigo membro do movimento estudantil que teve papel fundamental na queda do antigo governo, disse que a democracia era a pauta antes da tomada do poder, mas os extremistas aboliram a democracia e estabeleceram o Estado islâmico.
Da população da Indonésia, que é de 232.500 pessoas, mais de 80 % são muçulmanos e, em sua maioria, sunitas, de acordo com a World Operation, o que coloca a população cristã em cerca de 15 %. A grande maioria dos muçulmanos do país é moderada.
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