Na última semana o Vaticano anunciou oficialmente que o mordomo do papa Bento XVI, Paolo Gabriele, acusado de roubar documentos confidenciais do Vaticano, será julgado pelo vazamento de documentos reservados do papa no escândalo que ficou conhecido como “Vatileaks”.
Casado e pai de dois filhos, o mordomo era um dos poucos laicos com acesso aos apartamentos do Papa. Além dele, será julgado também o especialista em informática Claudio Sciarpelletti, como sendo cúmplice de Gabriele no caso.
Os documentos vazados apontavam caos de corrupção em negócios do Vaticano com empresas italianas, incluindo serviços superfaturados, e detalhavam rivalidades entre cardeais e conflitos a respeito da administração do banco do Vaticano.
De acordo com a denúncia judicial, o mordomo do papa afirma que sua motivação para o desvio desses documentos seria fazer uma “limpeza” na Igreja Católica, por ter visto “o mal e a corrupção em todo lugar da Igreja”. Ele disse ainda que quis, com a divulgação das informações, cortar o mal pela raiz, “porque o papa não estava suficientemente informado”.
- Vendo mal e corrupção em toda parte na Igreja… estava certo que esse choque da mídia seria saudável para ajudar a trazer a Igreja de volta ao seu caminho certo… Eu pensava que este papel era justamente do Espírito Santo, pelo qual me sentia, de certa forma, guiado – afirmou Gabriele
De acordo com o juiz que cuida do caso, além dos documentos foram encontrados na casa Gabriele, durante a busca, três objetos que pertenciam a Bento XVI: um cheque bancário de 100.000 Euros a nome do Papa, uma pepita de ouro, e uma gravura da Eneida, impressa em Veneza em 1581.
Paolo Gabriele responderá pelo crime de furto qualificado e Claudio Sciarpelletti, que é funcionário da Secretaria de Estado do Vaticano, será acusado pelo crime de cumplicidade no caso. Ambos irão a júri popular, ainda sem data marcada.
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