Evangélicos polarizam campanha eleitoral no Rio
As primeiras pesquisas da campanha eleitoral para governador do Estado do Rio de Janeiro (RJ) indicam os maiores percentuais para dois pré-candidatos evangélicos.
A primeira explicação é o crescimento dos evangélicos no RJ, seguida do papel da mídia – fruto da distribuição de concessões de rádio e TV da época da ditadura e da luta do governo Sarney contra as ‘Diretas Já’ – até o momento sem nenhuma regulamentação, mas com os evangélicos assegurando seu naco de poder.
Dos pré-candidatos, o primeiro é o ex-prefeito, ex-governador, radialista e deputado federal Anthony Garotinho, do Partido da República (PR) e do ex-bispo, ex-senador e ex-ministro da Pesca Marcelo Crivella, do Partido Republicano Brasileiro (PRB), ao lado do ex-prefeito, ex-deputado federal e senador Lindbergh Farias, do Partido dos Trabalhadores (PT) e do ex-vereador, ex-prefeito e ex-vice-governador Luiz Fernando Pezão, segundo os cenários recentes da pesquisa eleitoral, estas de institutos de opinião sob diversas suspeitas.
Uma campanha eleitoral que não começou, já teve denúncias e decisão da juíza Daniela Souza, coordenadora de fiscalização de propaganda eleitoral, do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Rio proibindo o ex-governador e pré-candidato Anthony Garotinho de apresentar os programas de rádio "Fala, Garotinho" e "Palavra de Paz", além de participar das caravanas "Palavra de Paz". A decisão foi derrubada nesta quinta-feira, dia 8.
O recurso agarrou-se à Lei Eleitoral nº 9.504, que garante aos comunicadores o direito de apresentarem seus programas de rádio ou televisão até a homologação dos nomes como candidatos nas convenções partidárias. Mesmo com a explicação frágil de que o ex-governador é evangélico, comanda um show de música gospel, distribui bíblias, calendários com foto da família e um livro sobre sua vida, e que a convenção do PR será dia 29 de junho, que parece favorecer sua campanha em diversos aspectos.
A juíza, que não recebeu apoio de seus pares, criticou a distribuição de prêmios realizada no programa de rádio. "O pré-candidato criou uma verdadeira rede de distribuição de brindes”, e gosta de “presentear os seus seguidores". Talvez a “denúncia anônima” da realização de propaganda eleitoral disfarçada tenha enfraquecido seus argumentos, fazendo o pré-candidato parecer “perseguido”.
Ao mesmo tempo, o líder do PR, Rubens Bueno, fez um pedido de análise sobre a conduta do ministro Marcelo Crivella frente ao Ministério da Pesca. Sem fato mais objetivo e recente, o requerimento se baseou numa reportagem de O Globo, tentando mostrar que dirigentes de sindicatos de pescadores ingressaram no PRB após Crivella assumir o ministério, fazendo entrar em cena a disputa dos dois maiores conglomerados de mídia por audiência. A conclusão mais clara é que o simples fato da disputa ter dois evangélicos na liderança não a fez ganhar em qualidade.
O acúmulo de multas é outro aspecto da corrida eleitoral, superando a exclusividade do recurso à Justiça dos evangélicos. Ao anunciar propostas antes do tempo permitido, os pré-candidatos ao governo do Rio já deram a largada acumulando multas na Justiça Eleitoral. Segundo o jornal EXTRA, os pretendentes Luiz Fernando Pezão (PMDB), Anthony Garotinho (PR) e Lindbergh Farias (PT) acumulam cerca de R$ 1 milhão em multas por propaganda antecipada, em processos protocolados no TRE-RJ desde 2013, dos quais ainda cabem recursos.
As condenações são relativas a práticas como inserções em programas de televisão dos partidos, disfarçando ao apresentar propostas, ligando candidatos a obras e aludindo a feitos em blogs e revistas. Na antecipação da corrida, que só começa em 5 de julho, o pré-candidato Luiz Fernando Pezão já acumula 16 representações protocoladas e multas no valor de R$ 352 mil por condenação. É seguido pelo deputado federal Anthony Garotinho, com 12 representações e multas de R$ 328 mil, quatro vezes maior do que os bens declarados em 2010. O senador Lindbergh Farias (PT) tem nove representações e já foi multado em R$ 230 mil. E o senador Marcelo Crivella (PRB) não tem nenhum processo protocolado no TRE do Rio.
As práticas fraudulentas, já conhecidas da população desde diversas campanhas anteriores, têm levado os advogados dos partidos a estudarem com afinco as brechas da legislação, aprimorando a defesa dos clientes diante das fraudes.
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