Em Havana (Cuba), o pastor Braulio Herrera Tito, da Assembleia de Deus, e mais de 60 seguidores se trancaram em um templo no dia 21 de agosto à espera do tsunami que -- acreditam -- vai destruir o mundo nos próximos dias. Eles creem que Jesus vai salvá-los, levando-os para o céu.
O clima é tenso. Autoridades temem que ocorra um suicídio em massa e tentam negociar com o pastor a liberação dos fiéis. Entre eles, há 19 crianças e quatro mulheres grávidas que deixaram de receber acompanhamento médico.
William Herrera, filho do pastor, disse a um jornalista por telefone que “não há nada para negociar”.
Nesses 23 dias, os evangélicos passam o tempo todo orando. A polícia cercou o local para afastar curiosos, jornalistas e parentes dos evangélicos. Entre os policiais, há atiradores de elite.
A blogueira Yoani Sanchez escreveu na sexta-feira (9) no Twitter que sigue tensa situacion alrededor da la iglesia.
Hector Hunter, presidente da Assembleia de Deus em Cuba, disse que Braulio foi afastado de suas atividades em 2010 por “razões internas” e que a sua expulsão já tinha sido decidida antes dele trancafiar os fiéis.
No domingo (11), o governo emitiu nota admitindo estar preocupado com a “situação incomum” e que tem agido de forma que todos saiam vivos do templo.
De acordo com a CBS News, um dirigente da AD teme que ocorra algo parecido com o que houve em Waco. Em 1993, nessa cidade do Texas (EUA), o fanático religioso David Koresh, sitiado por agentes do FBI, incendiou o prédio onde ele e seguidores estavam. Morreram mais de 60 pessoas, incluindo crianças e mulheres grávidas.
O número de evangélico em Cuba cresceu de 70 mil na década de 90 para 800 mil atualmente. Um dos motivos desse avanço seria a prolongada crise econômica do país, a qual estaria levando as pessoas a recorrer aos milagres prometidos pelos pastores. Cuba tem 11 milhões de habitantes.
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