A Etiópia, que utiliza um calendário próprio, celebrou sua passagem para o ano 2000 às18h desta terça-feira (horário de Brasília) com muita música e manifestações culturais em Adis Abeba, capital do país.
O país foi um dos primeiros reinos cristãos da história e seu calendário segue o juliano, criado pelo imperador romano Julio César e seus astrônomos em 46 a.C. O mundo ocidental abandonou o calendário juliano pelo atual, o gregoriano.
As celebrações ocorrem em três pontos da capital. Em um salão especialmente instalado para a ocasião pelo xeque al Amudi, um rico empresário saudita de origem etíope, será realizada a cerimônia oficial com autoridades etíopes e personalidades convidadas.
Para a passagem para o ano 2000, as ruas de Adis Abeba estão decoradas com bandeiras e luzes nas cores nacionais (vermelho, amarelo, verde). Enormes pombas, símbolos da paz, foram instaladas no coração da cidade na Praça Meskal.
Os cristãos participaram de vigílias de orações em diversas igrejas ortodoxas da cidade. No restante do país estão previstos shows e espetáculos de danças tradicionais.
Região segura?
“A Etiópia e Adis Abeba estão entre as regiões mais seguras do mundo, principalmente por causa dos profundos valores religiosos dos etíopes”, afirmou o ministro da Cultura e do Turismo, Mohammed Dirir.
Apesar da declaração do ministro, a ONG Release International vem apontando uma série de casos em que cristãos estão sendo perseguidos ou foram mortos por muçulmanos. Houve, inclusive, uma tentativa de envenenamento ( leia mais).
ONG discorda
Segundo a ONG, os extremistas estão tentando banir completamente as atividades dos cristãos no país.
A Etiópia vive um momento de tensão política interna e externa devido a uma crise na fronteira com a Eritréia (onde estão ocorrendo gravíssimas violações contra a liberdade religiosa) e à intervenção militar na Somália.
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