O caso de uma menina de 11 anos abusada sexualmente pelo marido de sua avó ganhou repercussão mundial após ela pedir para abortar. Lucía, que vive na província de Tucumán, Argentina, pediu permissão para abortar segundo prevê a lei do país.
Diante do juiz, alegou que queria tirar de dentro dela “o que aquele velho colocou”. O estuprador, de 65 anos, está preso. Contudo, quando a interrupção da gravidez ia ser realizada, na manhã nesta quarta-feira (27), os médicos alegaram “objeção de consciência”.
A maior parte da equipe, incluindo o anestesista, abandonou a sala de cirurgia. A médica Cecília Ousset optou então por fazer uma cesárea sem perguntar à mãe da menina.
Ela alega que “algo deveria ser feito, pois a menina apresentava sintomas de pré-eclâmpsia e não teria como chegar aos oito meses de gravidez”.
O bebê, com apenas 600 gramas, foi levado para uma incubadora e seu caso é grave. Lucía passa bem.
A decisão de salvar a criança gerou uma enxurrada de críticas à Ousset. Um grupo de feministas, usando bandanas e bandeiras verdes, símbolo do movimento pró-aborto na Argentina, fez um protesto em frente ao hospital Eva Perón.
Este já é o segundo caso similar este ano. Em janeiro, uma menina de 12 anos, residente na província de Jujuy, recebeu autorização judicial para realizar um aborto. Contudo, os médicos decidiram fazer uma cesárea. Muito prematuro, o bebê acabou morrendo alguns dias depois.
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