Um estudo recém-publicado pelo Center for the Study of Global Christianity de South Hamilton (Massachussetts), dirigido por Todd M. Johnson, mostra o aumento da religiosidade no mundo, motivado, especialmente, pelo crescimento do cristianismo na África e na Ásia. Nesses continentes, o cristianismo cresce em dobro com relação ao crescimento da população em geral.
De acordo com o estudo, o número de pessoas que se declaram religiosas no mundo aumentou de 82% em 1970, a 88% em 2013, e chegará a 90% em 2020.
O relatório, intitulado “Cristandade em seu contexto global, 1970-2010” e que oferece uma série de estatísticas atualizadas em 2013 e uma projeção até 2020, aponta ainda que a Europa tem se tornado menos religiosa, e que a América permanece estável nos números observados. Um dos indicativos dessa tendência apontado pelo relatório é a escola de um papa argentino que, segundo os responsáveis pelo estudo, mostra um claro deslocamento do centro da vida religiosa e cristã longe da Europa.
Porém, o cristianismo não é a única religião que tem crescido. O aumento do número de cristãos é seguido também do crescimento entre os muçulmanos. Juntas, essas duas religiões representavam 48% da população mundial em 1970; em 2020, serão 57,2%. Os cristãos aumentarão em 33,3% e os muçulmanos, 23,9%. A conclusão dos estudiosos é de que, em 2020, a cada 3 pessoas, 1 será cristã, e quase 1 de 4 será muçulmana.
O deslocamento da religião para fora da Europa é mostrado também pelo fato de que em 1970 apenas 41,3% dos cristãos viviam no hemisfério sul do mundo (Ásia, África e América Latina), enquanto em 2020 serão 64,7%. Os evangélicos pentecostais e carismáticos católicos são os maiores responsáveis por esse crescimento; em 2020, de 2,2 bilhões de cristãos, estes serão mais de 700 milhões, ou seja, mais de 25%.
Os EUA se destacam nas estatísticas como o primeiro país do mundo em número de pessoas que se declaram cristãs; porém, esse número diminuiu de 90,9% em 1970, a 80,1% atualmente, e a previsão é de que diminua para 78,1% em 2020.
Para o sociólogo italiano Massimo Introvigne, “estes dados oferecem um quadro diferente do bombardeio midiático sobre o secularismo e a diminuição da religião, que intercambia a Europa Ocidental com o mundo”. Ele ainda relaciona esse crescimento da religião ao fato de que famílias religiosas têm mais filhos, em contraste aos secularistas.
– De cada 10 crianças que nascem no mundo, 9 nascem em famílias declaradamente religiosas, e 6 nascem em um contexto cristão ou muçulmano. Enquanto isso, os “progressistas” e os fãs do laicismo têm cada vez menos filhos – explica o filósofo.
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