Através da construção de orfanatos e escolas; distribuição de comida; auxílio no transporte em áreas mais afastadas e a pregação do evangelho a pessoas que talvez nunca tenham ouvido falar de Jesus, o pastor Pa Kep Thang exerce o ministério para o qual o Senhor o chamou.

Sendo o 32º país mais opressor aos cristãos, Mianmar é oficialmente um país budista. Os cristãos das áreas rurais são perseguidos com frequência pelos governantes, que se alinham com poderosos grupos budistas e tentam utilizar a religião como forma de controlar a população local. No país, diferentes grupos étnicos se utilizam da religião com o propósito de atacar pessoas de outras etnias.

De acordo com o Pr. Pa Kep, cada tribo existente no país tem o seu próprio exército; e a guerra civil que acontece no território do Estado já soma mais de 60 anos. Por conta disso, famílias têm fugido para Índia, China, Bangladesh e Tailândia (países que fazem fronteira com Mianmar). Nesse contexto, muitos pais têm morrido, deixando muitas crianças órfãs. Essa situação tem contribuído para o aumento do tráfico humano.

“Nós, como cristãos, temos tentado cuidar dessas crianças. Como igreja, temos aberto orfanatos. Já temos 60 órfãos sob nossos cuidados”, contou o Pr. Pa Kep. “A Bíblia nos ensina que a religião pura e imaculada aos olhos de Deus é cuidar dos órfãos e das viúvas”. Assim, a Igreja em Mianmar tem trabalhado em prol do cumprimento dessa Palavra.

Segundo relatou o pastor, os budistas queimam igrejas e casas de cristãos e muçulmanos. Desde 1965, quando o governo expulsou todos os missionários e ONGs cristãs do país, não há missionários estrangeiros em Mianmar. A pregação da salvação por meio de Jesus Cristo acontece através de cristãos que moram e estudam em seminários do Estado de Chin – o único do país em que a maioria da população é cristã. Muitos saem de Chin para outros Estados como missionários.

“Pela minha experiência, o trabalho com crianças é a forma mais eficaz de se falar de Jesus para as famílias budistas”, afirmou Pa Kep. “Desde que iniciamos nosso ministério infantil, os budistas enviaram seus filhos para a escola. Nós tivemos a oportunidade de construir um bom relacionamento com os pais e, assim, conseguimos falar sobre o evangelho de Cristo a eles. As crianças aprendem a orar e conhecem histórias da Bíblia, as quais compartilham em casa”.

Em situações de emergência, como no caso do Ciclone Nargis, em 2008, quando cerca de 140 mil pessoas morreram, a Igreja também atuou de maneira essencial: auxiliou na distribuição de comida e roupas tanto para cristãos como para budistas. Essa atitude resultou em um grande número de pessoas que receberam a Jesus. “O foco de todos os nossos projetos é levar as pessoas a Jesus Cristo”, destacou o pastor Pa Kep.