O encontro de três ativistas cristãos - Yu Jie, Li Baiguang e Wang Yi - com o presidente dos EUA na Casa Branca na semana passada foi ao mesmo tempo saudado e recebido com frieza por fóruns e blogs chineses.
"Temos o cuidado de Deus e não necessitamos da interferência de políticos com os problemas da igreja", dizia o criador de um fórum de discussões que queria que Yu Jie não se encontrasse com Bush.
Os cristãos na China estão separados entre as igrejas sancionadas pelo governo e as igrejas domésticas clandestinas, que se recusaram a se registrar junto às autoridades. As igrejas do Movimento Patriótico das Três Autonomias (MPTA) alega ter 10 milhões de membros. Mas acredita-se que o número de cristãos na China esteja entre 40 e 70 milhões de cristãos.
Aqueles que não congregam nas igrejas oficiais são submetidos a ameaças, prisões, multas pesadas e agressões.
"A permissão de Deus para que sejamos perseguidos é um treinamento", afirmou um internauta, acrescentando que deter a perseguição é "interferir nos planos de Deus".
Outro participante devolveu: "Você quer que seus filhos e netos conheçam Deus ou que sejam perseguidos até a morte?"
De acordo com as regulamentações religiosas, congregações protestantes monitoradas pelo governo não podem pregar para crianças de menos de 12 anos.
Os sites que hospedavam páginas com os diálogos envolvendo a visita à Casa Branca passaram por inexplicáveis dificuldades técnicas desde que as discussões começaram, na véspera da visita.
O governo chinês foi acusado recentemente por várias organizações de direitos humanos, inclusive a Human Rights Watch, de bloquear o acesso a websites de conteúdo político ou religioso.
Houve informações de que alguns websites que levantaram a questão da visita a George Bush estavam inacessíveis, ainda que não tenha sido possível determinar se os censores do governo estavam envolvidos.
A China também é acusada com freqüência por organizações de direitos humanos e de monitoramento à perseguição religiosa de ser um dos piores países na violação desses quesitos.
No início do mês, A Comissão Internacional de Liberdade Religiosa dos Estados Unidos incluiu a China na lista de "países de preocupação específica" ao lado de outros países comunistas, incluindo a Coréia do Norte e o Vietnã.
Em março, a Portas Abertas Internacional, a mais antiga e mais conhecida organização que monitora a perseguição aos cristãos no mundo, divulgou a edição 2006 da Classificação dos países por perseguição, na qual a China aparece em 10º lugar entre os países onde há mais intolerância aos cristãos.
Pequim está agora sob uma maior pressão para melhorar seu posicionamento com relação aos direitos humanos, especialmente com o olhar da mídia que está voltado para o país nas Olimpíadas de Verão de 2008, que acontecerá na cidade de cerca de 15 milhões de habitantes.
Um 'blogueiro' mais compassivo escreveu que "os irmãos e irmãs (em Cristo) deveriam reprimir a condenação" e demonstrar aos perseguidores dos cristãos na China "paciência e tolerância".
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