Em Nome de Jesus: Vendedores de votos cobram Gilmar Olarte
Na tarde desta terça-feira, 21, uma turba de eleitores irada sitiou o escritório do ex-vereador e pastor evangélico Gilmar Olarte (PP) com o objetivo de receberem uma “dívida eleitoral”. Eles alegavam ter vendido seus “sagrados” votos ao santo homem que tentava manter-se na Câmara Municipal.
Gilmar Olarte – que no horário político estava sendo abençoado e ungido pela cúpula pepista e evangélica do estado, entre eles os cardeais Antonio Cruz (deputado federal do PP), Raimundo Nonato de Carvalho e Pastor Jarí (eminência parta por detrás de Cruz) – parece ter dado um belo calote em seus fiéis eleitores.
Gilmar fez uma campanha cercada de muitas contradições, entre elas ataques pessoais a outro candidato evangélico de nome Lídio que, apesar da artilharia pesada contra si e familiares, logrou sobreviver ao fogo amigo advindo das hostes evangélicas.
Dizem nos cultos que, sem nenhuma arte e com muita malandragem e perspicácia, muitos irmãos fingiam que acreditavam naquilo que lhes era apresentado por Olarte e companhia, mas acabaram votando na outra opção representada por Lídio.
Caminhando sozinho e cheio de fé, mas pensando estar cercado de uma multidão de fiéis, Olarte trafegou com certa dificuldade nos bairros mais humildes, onde uma clientela de “irmãos” prometia o sagrado voto. Cada culto era um flash, máquinas espocavam e muitas promessas iam sendo feitas pelos tabernáculo, tal qual os milagres de Jesus.
Voto Caro – Hoje o que se viu foi um espetáculo bufo protagonizado por quem, em tese, vendeu seu sagrado voto a esse pastor de lobos, que segundo os “vendedores” não teve ética alguma na hora de comprar, utilizando-se de palavrório chulo e impróprio para quem serve aos ditames de Deus.
Segundo Samir Espindola, representante dos “vendedores do santo voto”, o calote não passa pela goela do grupo: “O vereador Olarte não nos pagou, nem mesmo aos eleitores mais humildes dos bairros e vilas distantes como São Conrado, Campo Belo, Estrela do Sul, Mata do Jacinto, Jaci e outras vilas”, ouvia-se da boca dos revoltosos. Samir teria sido o elo entre o comprador e os vendedores, tendo agora que ouvir as lamentações dos inconfidentes de Deus.
Cerco à farmácia – Hoje, o grupo liderado por Samir esteve no local onde funciona uma farmácia de propriedade da esposa de Olarte e só não depredaram o local devido à pronta intervenção de Policiais Militares do 1º Batalhão da PM, que, acionado pela proprietária da loja, mandou para o local três viaturas. O vereador chegou ao local e um intenso bate boca reinou, com palavras de baixo calão. Ou seja, um tremendo barraco.
De um lado a esposa do pastor exclamava que tudo já estava perdido e que Olarte não pagaria nada, de outro Samir gritava com todas as forças e perguntava se era certo um “homem de Deus” comprar votos? A polícia não intimidou a turba que ligava para um advogado e dizia não temer a polícia pois não era eles que deviam. “Apenas vendemos o que era nosso”, gritava um manifestante referindo-se ao seu voto.
Alguns assessores do vereador se exaltaram, mas nada puderam fazer. Samir prometeu ir ao TRE e denunciar Olarte por compra de votos (compra e calote) enquanto a esposa do presbítero garantia que formalizaria uma denúncia por perturbação do sossego público e ameaça: “Fui vítima de injúrias e ameaças veladas de ter minha loja depredada, meu carro riscado”, garantiu.
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